domingo, 27 de outubro de 2013

Ela-escorpião Nº 2 ou O Ato Celestial d'Ondina




Mapa Astral
indica que estamos em Escorpião.
Eu me calo (ela toca a escuridão).
Amigos dum passado atrás,
mas agora é Guerra, não Paz!
Viajam prum conflito entre bem e o mal.
Viajam além dos amigos, além do final.

Eu pego fogo e me torno pó de novo.
Eu toco fogo (nela) e me torno parte do bolo.

Mande um sinal
de algo que seja real dentro de ti.
Pegue fogo (a razão de ser é se destruir).
Inimigos podem sempre mais
que um simples e fiel capataz...
Vendo um pouco de mim em tudo de teu.
Vendo um perfeito final para teu Deus.

Eu pego fogo e me torno diabólico louco,
apenas para te deixar longe um pouco.

Longe de tudo
e um pouco no escuro,
eu escondo teu retrato
dentro de meu quarto,
mas eu quero matar tudo do passado em mim,
quero matar todo pedaço de algo bom (quero o ruim!),
quero ir para uma terra sem teus comensais,
quero matá-los com a maldição de Ondina - tanto faz!
Eu temo que nós
sejamos uma díade cruel.
Eu temo que, sós,
cada um pode cingir o Céu
com todo fulgor que nasce do amor pelo pecado.
(não se pode viver no presente o som do passado)
(não se vive o poder sem se criar inimigos fortes,
nem se mata o destino sem se beijar o som da Morte)

Talvez seja apenas amor
o que entre nós acabou.
Talvez eu fui um bom amigo
num passado já perdido.
Eu digo para que sejas feliz com tua Iemanjá,
que sejas feliz com teus búzios de jogar
que eu vou comer meu aguilhão
e vou me envenenar num novo escorpião.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Perene Vaidade



Na perenidade da vaidade,
as meninas pintam seu cabelo de rosa,
de vermelho, de cores do vestido e além.
O cúpido sempre erra na pontaria
e aponta sua faca para quem não queria
ter um novo amor ou amar outro alguém.

Juntos e sem dinheiro, críticos, ferinos
e citadinos a gente segue correndo
pelas estradas da Cidade e pelo transito.
As pessoas querem ser perenes
e, silentes, seguem tentando ser solenes
no ato mundano de viver tão perdido.

Eu queria, pequeno amor,
apenas um movimento de paz
e não querer querer você assaz,
mas a dança é envolvente
e faz todos cantarem um tom além.
No Paraíso de estar com você,
eu caio nas estrada que nos separa.
Me agrada, me agrada ver você passar
e sentir que o teor etílico vai acabar.

Todos estamos perdidos na balada
e não é motivo ou razão cair na estrada
sem um pingo de amor auto-dirigido,
não é ruim se amar no escuro do permitido.



domingo, 20 de outubro de 2013

$exNoir




Garras no couro cru.
Perfume misturado no ar
(Eu não sei como voltar).
Não queria te deixar nu,
mas não se pode fazer o que se quer
com todo o pudor de Maomé!

Unhas percorrendo o dorso.
Apertos, desejos e suor na cama
(Tem desejos que nunca ouso!).
O sussurro de minha voz te chama
e não é demais ficar calado te olhando
enquanto me sinto tão profano!

Ele quer te morder todo tempo.
Ele não quer choro nem dengo.
Querendo querer um novo motivo
para te chamar de além de amigo.
Querendo te morder e beber o desejo
que escapa de tua seiva.
Ajude-me aqui com sua mão e não
me deixe no lençol sozinho ( deita! deita!)


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O Motivo Da Evolução ( O Chão É Mera Consolação)




Meu corpo cala suas células ao teu tocar
(a mente exala algo que não quero mostrar).
Teus movimentos podem tudo em mim suprimir:
desde o desejo de em ti mergulhar até o desejo de fugir.
(Baby, eu poderia me iludir de novo e não seria eu mais um louco)
Se tu me queres não me deixe ir para lá sem ti.
Se tu me queres não me deixe na noite ruir.
Não me deixe sozinho lá.
Não me deixe sem tua boca pra beijar
(meu perigo pode apenas o mal despertar).
(Baby, eu poderia te vender para o mundo e me tornar um rico rotundo)
Todas minhas dúvidas somem quando juntos
(Tudo parece mais feliz e ameno no mundo).
Minhas dúvidas padecem no teu prazeroso sabor.
É deleitoso senti-lo profundo perfurando todo pudor.
(Baby, eles falariam de nossa sintonia enquanto algum de nós gemia) 
Não sei definir que tipo de pecado fazemos
nem que tipo de desejo plantei,
mas é algo proveitoso te sentir querendo
apenas mais um pouco de mim.
Talvez em outra época ou em outro coração,
meu comportamento seria todo feliz,
mas o tempo limpou meu ser de ilusão:
agora vivo na certeza da possibilidade.
Meu vácuo interior cobre tudo que chega perto.
Tu me preenches com coisas e é bom
ser assim! Temo te ferir e temo o trajeto
que faríamos quando em...
Toda forma de desejo é ilusão (é tão doce cair na tuas mãos...)
Toda forma de desejo é ilusão (é doce teu cheiro no colchão...)
(Se iludir é o motivo máximo da evolução!)
(Baby, esqueça isso de evolução: me pegue e me destrua ao chão)
Se tu me queres não me deixe fugir sem ti.
Se tu me queres não me deixe na noite ruir.
Eu não quero ter certezas.
Apenas me siga por toda malvadeza
de seguir nadando contra a maré,
contra toda fé que resiste na correnteza.

domingo, 13 de outubro de 2013

O Besouro Do Prazer Não Quer Te Ver Amar



Matar a arma branca que se esconde
por debaixo do sorriso incauto
e na noite fingir irmandade para apenas
desenganar-se num tecido falso.
Matei a virgindade e pureza que raiavam em mim
e pus no pus algo mais doce que um mero vinho carmim...

Branco olhar de esclera amarelada
por debaixo da escada, da sacada ele esconde uma faca!
Não é tentador beijá-lo nu ou coisa e tal,
mas é perigoso ter nele algum desejo além do superficial!
Antigos amigos deixados para lá
e uma boca nova, apenas novamente, para beijar
e na noite, silente, a todos enganar.

Sambar na vibe desperdiçada d'algum anjinho
e achar-se belo por não ficar ao fim sozinho!
Uma prostituta de poucos dentes esconde sua dentadura
por debaixo da lei que desgasta a nossa pintura!
Antigas proibições tomadas como lei
e eu não tenho mais virgindade para dar ao Rei,
e na noite, silente, eu vejo que de novo me enganei.

Matar a arma branca que se esconde
por debaixo do sorriso incauto
e na noite fingir irmandade para apenas
desenganar-se num tecido falso.
Matei a virgindade e pureza que raiavam em mim
e pus no pus algo mais doce que um mero vinho carmim...

Enterrei minha doce amargura
e caminhei sozinho às escuras
num caminho de quem sabe lá.
Não foi pouco nem foi seguro
beijar tua voz naquele escuro
n'algum desejo profano d'além mar...

Matando os porcos aos poucos
a faca vai perdendo seu tesouro
e não é caro nem dispendioso a amolar!
Por debaixo do morro, um besouro
pintado de negro ou de ouro
vem, com seu zumbido, te/me afugentar!