segunda-feira, 23 de junho de 2014

Deus, me perdoe pelas coisas que eu não posso entender!


Errar é natural,
qual antes de se escreverem as eras,
primaveras e outras amarras singelas
a acorrentar,
a afugentar liberdades sinceras.
Temendo quem sabe
o que de mim mesmo, alguma parte
da metade que se foi nesta tarde,
mas é preciso continuar,
continuando eu sigo em meu Versace.


domingo, 15 de junho de 2014

REQVIEM



A morte é a única certeza da vida.
Saberá temê-la eu em constância
para, na despedida, sabê-la aceitar.
A morte é a flor mais singela da Primavera.
Saberá tecê-la Deus com sapiência
e toda presteza que advém de Minerva.

A morte é dileta no seu ceifar,
qual as noites, não há nunca de se calar!

domingo, 8 de junho de 2014

AFROD!S!ACO MANJAR



Manjá de ambrosia
n'um batel pelo Tártaro a navegar.
No Dite, eu toquei o Caronte: fi-lo deitar
diante de Hércuba, a infernal.
Eu sei fazer todo o Parnaso se elevar
perante o Febo descomunal.

Cítrico vento Zéfiro que vem de longe
e faz tudo em fúlguras se desfazer,
traga-me argênteos pomos para deles
presentear com louros e laudas de amor o meu prazer.
Não quero dizer poemas
nem perder tempo com promessas no papel,
preciso de presentes para meu amor.
Sopre vento doce, eleve os panos do batel
qual fez tu com Dante e Virgílio na Comédia.
Eu desejo um Febo deitado no meu panteão,
fazê-lo tremer por sobre o chão,
qual fez a Pompeia o Vulcão!

Eu preciso de Deuses no meu suco real,
preciso de motivos felizes
para com eles criar um vestido surreal.
Eu preciso de um presente
para meu amor. Tecendo matizes de Afrodite
dentro do seu olhar de paixão,
criar saturnais, bacanais primaveris em Recife,
porque toda forma de amor
é uma busca pela morte da individualidade.
Eu tomo seu néctar e fecundo
nele toda minha inventividade.

Febo, Deus ativo feito androceu,
fecundou-me com poemas de paixão
e, neles, o seu vigoroso caduceu
tornou fértil o solo salobro do meu coração.

POSTAGEM HIPERMETRORRÁGICA



Hipermetafisicamente ligados
num âmbito contingencial,
somos carne um do outro,
somos um pouco além, animal!
Ele é um demônio que me corrói por dentro,
e, doendo, sigo cantando contra o vento,
porque eu sei que você não poderá vislumbrá-lo!
(Eu quero morrer nele - quero matá-lo!)

Questiono os astros sobre
a legitimação de Afrodite,
mas sei que existe um bem em mim
que não conheço - acredite!
Ele é um ativo animal a me destruir por dentro,
e, sedento, chupa meu sangue. Recomendo
não temer mentiras e nem lesbianismos aqui!
(desejo um carma novo que nunca senti...)

Ele detém dedos e manobras a se fazer,
mas eu não conheço o tempo que posso testemunhar...
Eu fumo pequenas moedas e deixo seu perfume sair,
mas eu temo seu corpo em mim ( ser consumido às vezes dói).
Avidez por dollars... Temo Eluard em meu apartamento,
mas o seu beijo pode deixar tudo mais claro por dentro...
Deixar mais claro por detrás do buraco do figurado e do tempo.