quinta-feira, 12 de abril de 2012

Andarilho III



Vivíamos num jardim
cheio de trocas e de beijinhos.
Andávamos céleres
pelas muretas de nosso amor,
procurando sempre um jeitinho
de ficarmos juntos ali,
no nosso sempre estreito cantinho.

Viver isolado do mundo e seguindo teu jeito calado,
me satisfazendo com teu silêncio e toque doce-gelado
era uma forma minha de esquecer minhas certezas,
me perder nas estradas e sons de Fortaleza...

Enquanto todo mundo dorme,
vago pelas imagens que tivemos
e queria ter como separar a chuva
da água, as chamas do fogaréu,
separar o ar do sopro do vento
pra lembrar seu sorriso doce,
pontuado com teu abraço de acalento.

Vivi com aquele gosto de saber como tudo ia terminar.
Me satisfiz com o jeito doce e dileto de te ver passar
pelo tempo e pela minha vida, que agora te é recordação
pretérita, mas que a tua em mim ainda é gentil revolução...

Fui pelo tempo que fomos um só
e agora fico feliz em saber que a dor é passada.
Fui pelo tempo de um antes talvez melhor,
mas que não importa mais se a dor foi curada.
Queria saber como é o cheiro de teu novo-eu
e de como ele olha pelo tempo a passar.
Queria te ver mais uma vez e dizer que fico
sempre feliz de um dia ter tido a chance de te amar.

Salvo em meu dileto caminhar.
Salvo em meu dileto caminhar.

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