terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Mulher vestida de maldade ante a desesperança do fim


Ó
que já posso ver
o tempo passar
por ti, teu corpo vender,
temendo o que virá,
regido pelo desejo de prazer!

Nunca poderás sentir
outra vez meu beijo em ti,
e haverá quem possa dizer
que sou eu que feliz te fazes ser!

Ó
que nada tem fé
em teu nome pagão,
teu corpo de tez relé
a tudo planta ilusão,
qual monstro que é,
plantado no breu da escuridão!

Apenas deixa de mentir,
dizendo ser vero o que dizes sentir:
tu apenas sabes dissimular,
tua arte é com verdade enganar!

          Iludo-me mas não penses tu que é por tolo ser.
Iludo-me sabendo onde me vou a meter,
   posto que tenho tudo em meu pensamento
          nada passa sem que haja toque de meu intento.

Iludo-me sabendo onde me vou a parar.
Iludo-me com os desejos que fui a criar,
        não com o que tu fizeste ou deixaste de fazer,
 posto apenas em mim reside meu prazer.

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