sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Nublado



Existe um lugar além daqui perto do mar.
Um lugar onde eu posso ir para sonhar.
Um lugar onde eu posso e saberei sorrir,
onde o Mal não terá como me bater ou ferir.

Existe um lugar por cima das nuvens de mel.
Um lugar onde eu não serei humilhado nem réu,
onde será livre a liberdade e a verdade será lei,
onde ninguém morrerá por ser pobre ou gay.

Nuvens para eu comer
com doces de bom sabor.
Nuvens para eu saber
que além do céu existe amor
e que além da dor fugaz
pode haver algo de bom, algo tão terrível quanto a paz.

Pleasure Cigarette



Melhor pensar duas vezes antes de amar.
Melhor amar duas vezes a si do que a um qualquer.
Por que você não me acende
um cigarro agora?
Por que você nunca me atende
como outrora?

Todas as noites que eu criei,
todas as vidas que eu perdi
pensando em como te ter mais uma vez,
tudo o que eu fui para ti,
e que agora nada mais sou
além do que uma promessa
que nunca se realizou!

Seria tão mais fácil se fôssemos apenas amigos,
ou se eu perdesse a vontade de ter comigo aqui.
Por que você ainda me oferece
o cigarro que te dei?
Por que minha cabeça não esquece
que um dia te amei?

E todas as tolas noites que morreram,
todas as vidas que eu perdi
pensando em como te ter mais outra vez,
tudo o que eu fui para ti,
e que agora nada mais sou
além do que uma promessa
que nunca se realizou!

domingo, 25 de setembro de 2011

Centro da Cidade



Caminhando discreto
pelo caminho até o centro,
Percebo
que todo mundo é sozinho
até que se prove o reverso.

Vou chorando
esperando o sol parar de me queimar.
Vou cantando
ua música que apenas quem me ama
vai um dia ter como escutar.

Não vou conseguir seguir até o centro da cidade
sem meu cambão de sempre, sem meu passaporte
que me leve para longe dos haters de pouca idade,
que me faça feliz em Fortaleza, que me teletransporte.

Tropeçando na calçada,
Ninguém olhou
minha queda com ar de ajuda.
Esta cidade está virando mais uma
selva, cheia de gente desalmada.

Vou chorando,
sim eu vou chorando pela Beira Mar,
esperando a porra de um carro
ao qual meu DPVAT possa ganhar,
ao qual eu saiba o que dizer além de "Vá se Ferrar!"

Não vou conseguir seguir até o centro da cidade
sem meu cambão de sempre, sem meu passaporte
que me leve para longe dos haters de pouca idade,
que me faça feliz em Fortaleza, que me teletransporte.

Eu não tenho direção,
nem sei dirigir.
Sigo nesta constipação,
sem conseguir digerir
o fato de eu ter te perdido aqui nesta cidade,
o fato de eu nem ter te pagado a última passagem no cambão.


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Quanto custa o amor? Onde eu posso comprar?


Estende-se uma mão
e pede-se algo co'a outra - pois, não!
Esta vida é uma selva
de cães sem dono e de cadelas pagãs!
Mas eu tenho dinheiro bastante para
gastar com minha pele, com minha torpeza vã!

Este é o preço de viver.
É o preço de aqui viver.
Saber que a vida se pode comprar
e que a morte com muitos Euros se pode adiar.

Entenda-se um sim ou não,
mas a beleza destas pessoas
ainda cabe na compra de meu cartão.
Se eu tiver dinheiro para comprar...
Se eu tiver dinheiro para comprar...
Se eu tiver dinheiro para gastar,
sei que o teu amor eu posso amealhar...

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Je n'veux pas



Vestido branco
abrindo minha mente,
invadindo meu sonho
de beleza duvidável
e de certeza terrível.

Onde você estará?
Eu sei a resposta
para minhas próprias
questões, mas isto
não me fez menos perdido.

Nos dias de chuva,
eu sinto teu cheiro exalado pela rua quente.
Nas crianças de rua,
eu sinto saudade de quando tudo nos era inocente.
Epifanias e outras besteiras
já não podem mais trazer tua voz para minha boca.
Tristeza e outras melancolias
não vão me fazer ser mais forte nem menos louca...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Balada Endiabrada


Dancei com ele
ontem de noite.
Eu tentei perceber
qual era a dele,
mas ele não me
deixou ver por
debaixo do pano negro.
Ele me disse que se eu o beijasse,
se eu com ele dançasse,
se com ele a noite toda passasse,
podia ser alguém além do que sou,
podia ver além do que bem e do que sobrou,
mas dentro de mim,
dentro de meu euzin',
vi o que ele queria,
dei para trás e perdi
minha companhia
naquela noite que se foi
por entre minhas memórias tolas.
Toda memória é tola.

Eu pedi que ele me deixasse,
pedi que meu corpo soltasse,
que meus lábios largasse,
mas ele foi embora e tudo de mim levou,
e agora cá eu sem lábios e sem corpo estou.



sábado, 17 de setembro de 2011

Janela Diabólica



Vi uma bela donzela
a chamar-me à porta.
Vi um bela donzela
a beijar co' sua boca torta.
Ela me disse que viver é arte de poucos,
disse que viver dói para quem saber pensar
e que há apenas eterna alegria para loucos,
pois viver é a arte de a cada dia se matar.

Vivi com esta donzela
pois ela me deu seu amor.
Vendi minha alma a ela
e por isso ao céu eu não vou.
Ela me disse: mon amour, je te veux!
Mas meu francês não foi bom para tanto.
Ela seguiu e me beijou e me fez heureux,
mas aqui dentro não ela que eu quero, que amo.

Segui meu sonho pagão,
tentando esquecer o antigo,
mas o belo de meu eu pagão
é que em mim nada é proibido.
Eu vi meu passado e meu presente
juntos mais uma vez na minha esquina.
Tentei parar de olhar, mas, inocente,
minha vida já fugia da graça divina.

Mas lá bem fundo, lá dentro de mim,
há algo que realmente eu queria te mostrar!
Eu vendi minha alma para Satanás
para te esquecer,
mas nem o poder de todo o Rei dos Infernais
teve como acabar com o que eu tenho aqui em mim.
E a janela já fechou...Mas ela ainda pode dizer que voltou...


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O demônio bateu na minha porta e disse Oi!



Quando te liguei
naquele dia queria mais do que ligar.
Quando em ti pensei
naquele dia queria mais do que pensar.

E agora eu sinto tão bom andar em esferas de pensamento,
ficar aqui girando,
girando, andando por entre o diâmetro e o raio deste círculo,
pensando quando eu vou querer apenas o que tu me ofereces,
quando eu ainda nem sei porque ainda penso em posses, baby.

Mas no Sol de amanhã eu sei que podemos brilhar
por entre as estrelas do LSD e por entre a droga do amor,
bebendo ritalina ou cheirando cocaína
na metade da via que leva para a perdição,
na metade do círculo que leva para teu perdão-ão-ão-ão...

Círculo, circo eu ando em.
Circos, círculos eu ando em.

Não me toque assim e nem
pense que sou vazio por assim andar.
Eu passei por tudo o que fui
e agora o que me alegra é o que m'virá!

Apenas pare e m'veja andar.
Apenas pare e m'veja andar assim.
Apenas parta e me deixa amar
que o tempo sempre cobra sem carinh'
pelo que nos oferece...
pelo que nos oferece...
pelo que nos oferece...desce...desse...esse sou eu...


domingo, 11 de setembro de 2011

Du bist meine Nutte!



Corpo fechado e oração,
vou eu rezando pra ti
e contigo vivendo a comunhão.

Tu poderias achar-me vão,
ou até me dizer coisas ruins
por eu não ser um dileto cristão,

Mas, baby, eu quero curtir teu pecado em mim
e quero morrer na efemeridade do agora, sim!
Baby, conte-me histórias católicas e me faça dormir,
porque só assim há como eu não te possuir.

E o meu corpo vai fechado,paixão,
vai rezando por nós dois
e em nós dois existindo em comunhão.

Eu sei que tu poderias amar-me no chão,
mas faz barulho e assim os vizinhos
já já vem perturbar, batendo no portão,

Mas, baby, eu quero curtir teu pecado em mim
e quero morrer na efemeridade do agora, sim!
Baby, conte-me histórias católicas e me faça dormir,
porque só assim há como eu não te possuir.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A Besta d'Aquiraz



Negros olhos de noite terrível,
qual a noite de Satã no reino infernal,
sob a luz dos três sóis do inferno,
sob a luz dos olhos d'Hércuba, a infernal!
Flores pisadas e olhos de sangue
sob a estrada que leva para a Igreja Central.
O caminho vai sendo percorrido
por entre os gritos passados
e os que hoje hão de ser aqui vindouros!
A glória não há de prevalecer por
entre as negras asas os morcegos do mal,
nem sob os plumas diabólicas dos
anjos caídos do rincão celestial!
Esta é a fera que roda por entre a cidade!
Esta somos as feras que mentem em sanidade!
Seria melhor que passasse o tempo
ou que se congelasse este tormento,
para que tivéssemos como esquecer do que temos feito,
esquecer do que temos por aí comido, desfeito!



segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O eu-poema do ano de 2011

"No lado negro da minha alegria,
há algo além de mim e de fantasia,
há algo que eu apenas quis a ti mostrar,
mas que é muito nocivo para se revelar"




Trilhando
algo para
fazer
por entre
a minha
eterna
e doída solidão.

Caminhando
eu vou
pela estrada
cega e
muda
que me leva
pra prisão.

Eu daria meu futuro para voltar atrás
e saber onde eu fui me perder da paz.

Vivendo
algo para
além
do agora
e para depois
do talvez.

Bebendo
no ábaco
do tempo
e sabendo
que eu vou
perecer sem tua tez outra vez.

E eu daria meu futuro para voltar atrás
e saber onde eu fui perder a minha paz,
pois eu sei e apenas eu sei a falta que ela me faz.

Daria minha vida para saber.
Eu daria minha vida para saber
onde fui minha paz eu perder...

domingo, 4 de setembro de 2011

Vestida de Azul, qual a Igreja perto do Beira Mar


Branca Flor de pele morena,
vi teu vestido voando pelo ar da Beira Mar,
vi teu vestido dançando par'além dacolá!

Pletoricamente fico ao te ver,
qual uma flor que sabe que será beijada,
qual a noite quando chega a madrugada!

Branca Flor de olhos de profundidade,
eu sei que nada pode fazer que tu me vejas,
eu sei que nem sabes que existo - quiçá me deseja!

Na Igreja Azul da cidade eu vou te caçar
como quem caça algo que se possa achar.

Na vertente azul deste oceano vou te rever
como é certo ter algo ruim agora na TV!

Sem crucificação não há perdão


Oh j'veux ton coeur, mon amour...

Amar é buscar morrer por nada,
temer a terrível e própria solidão,
se iludindo c'uma pessoa criada
por nossa própria falta de auto-paixão.

Eu vou matar teu rosto no calvário do pecado.
Eu vou dançar na tua cara e na tua lembrança,
como se tudo fosse permitido e fosse celebrado,
que viver te amando não me é bonança!
Eu vou tomar o que eu ainda tenha na mente
e vou jogar aos leões de Israel, não ligando
se quem vai morrer sou eu ou tu somente,
porque cansei de te olhar algo desejando.
Amar vai me matar!
De amor vou morrer,
mas, assim, tua lembrança,
ao menos, vai minguar!

Nós não fomos algo memorável, amor.
E com isso eu me agarro e penso que vivo
como se eu mesmo tivesse matado Rousseau,
depois de ter me internado num hospício.

Eu vou matar ton coeur no calvário de Stalingrado.
Hei de dançar na tua cara e em ti não ter confiança,
como se tudo fosse permitido e fosse anunciado,
que viver nesta bosta não me é bonança!
Eu vou tornar o que eu ainda lembro que fui
e vou jogar aos leões de Israel, não ligando
se quem vai morrer sou eu ou se de novo Jesus,
porque cansei de te olhar algo, terrível e maldito anjo!
Amar vai me matar!
De amor vou morrer,
mas, assim, tua lembrança,
ao menos, vai minguar!

sábado, 3 de setembro de 2011

Moonlight Club


Estarei alto esta noite
e vou te mostrar as pecandades
que eu posso te fazer,
mas não pense que seremos irmandade
ou coisa séria assim.
Esta noite eu sou a Lua 
que para todos deve brilhar!

Vou tomar todas as benzodiazepinas
e beber o viagra das ritalinas,
porque esta noite a bosta do mundo
não vai ter como me deter!

Estarei alto demais para te amar,
estarei alto demais para de ti m'lembrar,
mas não pense que se falar em Deutsch
não hei de entender!
Mas não pense que se falar Français
eu não vou te compreender!
Esta noite todas as línguas do mundo
podem por mim passar,
porque o idioma único de hoje é o luar!

Não importa se vai acabar ist'amanhã,
nem se morrer em vida é anti-fé cristã,
não quero saber se o mundo vai acabar,
basta que eu nele possa ainda morrer!

Hoje eu quero casar com a escuridão das ruas,
morrer ébrio e solitário apenas beijando a Lua.
Hoje não tem motivo para chorar por ti, anjinho!
Hoje meu corpo vai te enterrar com gosto e carinho
de onde tua lembrança vai ter como morrer em paz.
Esta Noite a Lua e apenas Lua é quem me satisfaz.

Bolhas de Vento



Bolhas ao sabor do vento,
dançando por entre as crianças,
por entre as minhas lembranças,
confiança que tive no que virá,
desconfiança de como as coisas foram ficar.

Cinema e chocolate para teu sabor.
Vivia sonhando com teu cheiro,
pensando em ti com carinho, respeito,
confiando na eternidade deste domingo azulado,
mas toda eternidade acaba - agora sei, malgrado.

Mas eu ainda me lembro do que foi dito,
das promessas que o teu olhar me fez,
de como eu era feliz e alegre - bobo, talvez!

Mas eu ainda me lembro do que foi dito,
das verdades bobas que teu jeito me contava
e da forma angélica como apenas teu corpo m'amava.


quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Televisão


Às vezes parece meio chato esperar
por chegar em casa.
Parece algo comum esperar todo
dia pela programação da TV,
esperando por algo bom-
que eu sei que nunca vai chegar!

Tudo o que eu queria era te ver na minha TV.
Tudo o que eu queria era te ter comigo, baby.
Tudo agora podia acabar ou até morrer,
mas contigo comigo tudo melhor podia até ser,
podia até ser na TV que eu fosse te ver...

Parece tão bobo esperar
pela Televisão reprogramar nosso amor.
Parece meio idiota te amar
sabendo que para ti tudo já terminou.
Talvez à tarde possa passar uma nova versão
de nós mesmos,
talvez e mais um talvez a mais a vida podia ser
melhor, sem esta eterna contradição...