Pater Noster

Estava o homem em seu pecado

e em sua ira sem sentido.

Deus disse-lhe:

Sou eu o caminho para o futuro!

Sou a luz de teu ser!

A solução de todo o que é escuro!

Sou eu o caminho que tens de viver!

Deus continuou:

Sou eu o tempo que ergueu tua glória!

Sou eu o vento que tudo sopra,

sou a razão e o motivo da História,

a solução para o que te assola!

Homem que tem fé sentiu o toque do poder supremo...

Homem que tem fé em Deus sentiu o toque do poder sereno...

Senhor, Deus do mundo e da Natureza,

não há outro Deus que não Tu!

Não há razão para duvidar de tua Glória, Senhor!

Não há motivo, Senhor!!!

Moisés!!!

Respeita o que te cabe!

Respeita! A boca cale!

"Pater Noster,

qui es in caelis,

sanctificetur nomen tuum.

Adveniat regnum tuum.

Fiat voluntas tua, sicut in caelo et in terra.

Panem nostrum quotidianum da nobis hodie,

et dimitte nobis debita nostra sicut

et nos dimittimus debitoribus nostris.

Et ne nos inducas in tentationem,

sed libera nos a malo.

Amen"

Lucífer,

Diabo de sete pecados!

Diabo da morte!

Anjo do fim do santo recado!

Anjo das trevas!

Anjo sem trégua!

Tu és o anticristo!

Tu és o pecado final!

Tu és o fim da linha,

tu és a chaga terminal...

"Pater Noster,

qui es in caelis,

sanctificetur nomen tuum.

Adveniat regnum tuum.

Fiat voluntas tua, sicut in caelo et in terra.

Panem nostrum quotidianum da nobis hodie,

et dimitte nobis debita nostra sicut

et nos dimittimus debitoribus nostris.

Et ne nos inducas in tentationem,

sed libera nos a malo.

Amen"

Stranevem

Na noite que cai,

na lua que não sai,

tudo respinga algo em minha mente,

tudo me faz duvidar no Deus descrente...

Vozes,

murmúrios indecifráveis,

vozes,

gritos de morte, dores execráveis...

"Tu não acreditas em Deus!

Tu não tens fé!

Por isso que tu estás assim!

Besta satânica de pouca beleza!

Filho do Mal!

Não terás a Salvação! Não terás!"

E tudo o que eu queria,

tudo que eu penso

é em viver uma vida de paz, alegria,

vivendo ao sabor do mais fútil vento...

Viver agora,

sentir agora,

morrer depois,

porque todo tristeza demora...

Viver os dias,

morrer sem dias...

A vida nunca espera...

Vozes,

murmúrios indecifráveis,

vozes,

gritos de morte, dores execráveis...

Pôncio Pilatos...

Pôncio Pilatos...

Onde estás tu?

Napoleão?

Onde estás tu?

Lucífer!

Onde está tua luz?

Onde tu colocaste o Filho da Cruz?

Viver a vida sem fé...

Ter no tempo o segredo da esperança,

ter em Deus a vida de confiança,

esperando um perdão que nunca virá,

rezando para quem não vai te escutar...

"Lucifer Mortuus Diabolus

Nec Deus Nec Arch Angelus.

Lucifer Mortuus Diabolus

Nec Deus Nec Arch Angelus"

Louco é quem me diz...

Louco é quem me diz...

O tempo passou por minha vida,

por minha vida ele passou,e eu nada fiz...

L'amour ...toujours l'amour...

Teu sorriso me dá alegria apenas de ver...

Tudo em ti... Tudo em ti me faz voar

além das montanhas mais grandes,

através do mais profundo leito do mar...

Tuas mensagens eu apreendi em meu espírito,

tentando fazê-las parte de meu jeito.

Tu... Apenas em ti repousa o oceano,

o sentido de tudo aquilo que é perfeito...

Borboletas de vento te fazem sonhar...

Um canto de pássaro... Um doce beijar...

Tu podes me dar o amor que tens,

mas nada me é maior que teu sorriso, meu bem...

Está tudo cheio de borboletas de amor...

Toda a Primavera agora nasceu em minha mente...

Teus olhos me disseram o que eu queria ouvir...

Nada, ninguém morreria mais feliz e contente.

Naquela noite... Eu tive até medo de te tocar.

Teus olhos me diziam nada que eu queria ouvir,

mas o tempo te aproximou de mim... O tempo

ainda sopra o caminho que por hora devemos seguir...

Meu corpo está todo em tuas mãos,

meus olhos são teus - Não os largo no chão!

Não te afastes de mim agora, por favor...

Tudo que respiro e vivo é teu doce e intenso amor...

Can't read my...

Ela olha com vontade para o corpo dele.

Ela não sente tesão,

já é algo superior...

Os dois se tomam em um só,

os dois são apenas um só!

As bocas se bebem,

e as línguas se provam como se fosse tudo doce.

Os dois deitam seus corpos,

ao fundo do céu, corvos...

Mulher Pássaro

Ela sai à noite.

No céu,

pouco de sobriedade.

Ela deixou seu telefone

bem longe.

Ninguém pode lhe achar.

Esperando.

Alguém está esperando.

Quem será?

Dançando.

A noite segue dançando.

Você resistirá?

Ela deixou sua vida bem longe da razão!

Ela cai e se levanta sem nem tocar o chão!

A noite continua sombria como sempre,

mas o que ela quer é viver o de repente!

Ela sai à noite.

No céu,

pouco de sobriedade.

Ela deixou seu telefone

bem longe.

Ninguém pode lhe achar.

Tu sabes que ela te ama!

Tu sabes que nada a faz mais feliz,

que teu beijo melado! Ela te quis

num tempo onde tua carne inda não era profana.

Tu sabes que ela te queria,

mas tu não fizeste nada para satisfazê-la.

Ela não mais quer tua companhia!

E nem teu p** para fudê-la!

"Você fala o quê?

Não entendo nada qu'está a dizer!

Por favor, não me ofenda assim,

foi você que decretou o fim!"

Esperando.

Alguém está esperando.

Quem será?

Dançando.

A noite segue dançando.

Você resistirá?

Esta noite ela vai sair para amar!

Esta noite é eterna! Nunca vai acabar!

E tu ainda esperarás pela volta dela...

E tu ainda pensarás que era ela donzela...

Analice e o olhar do passado

Muito passou desde então. Os dias já não eram de inquietação, de esperança por aqueles sonhos loucos e devaneios de pouca verossimilhança. Analice estava cada vez mais velha, mais moça digamos. Sua mãe estava cada vez mais mãe, com suas preocupações de sempre, suas obrigações com a casa e com a família. A casa ainda era a mesma. Vendo tudo como se vê, parece que muito pouco ocorreu com estas pessoas que viveram o sonho da menina dos cabelos vermelhos no passado remoto.

A moça Analice entrou na faculdade. Fez Medicina. Ninguém teve muita surpresa, já que ela sempre foi meio esquisita desde nascença. Mas algo estava preocupando muito Dona Joana. Analice começou a chegar tarde em casa, cada vez mais tarde...

Isso são horas, Ana?

Nenhuma sílaba saía da boca de Analice.

O caminhar dos dias separou mãe e filha mais e mais, fazendo com esta última voltasse a ter suas crises depressivas de sempre, mas em silêncio... A moça não tinha amigos na faculdade, não tinha ninguém por ela...Certo dia, uma chuva aterradora varreu a noite da cidade, o que fez com que as vozes trovejantes das nuvens cantassem uma marcha fúnebre e aterradora. Era o momento certo de se morrer! Os olhos da moça não viam nada senão a lâmina fugaz daquela faca! Ela se cortaria? Onde se deve cortar? Ao fundo, uma música triste e forte cantarolava os preâmbulos da morte...

Um gesto...E tudo chegou ao fim.

Uma mancha crescente de sangue colore o doce pano do vestido branco de Ana. Nunca morrer foi tão fácil...

Na janela, as gotas da chuva observam a tênue partição entre o que é vivo e o que morreu, celebrando o fim de algo que nunca chegou a acabar de verdade...

La muerte de Helena

Ó musa de minha vida,

ó donzela querida,

onde escondeste teu olhar?

Onde teu canto foi parar?

O sol não me encanta mais que tua voz,

as noites não são mais belas, nem mais doces

que o teu delicado beijo,

que teu jeito de amar, teu jeito de ser...

Como tu me encantas com teu andar,

tua roupinha clara,

tudo em ti me encanta, vai me encantar...

Ilusão que não se apaga,

miragem que não tem final...

Os anjos deste meu pecado

me condenam como se eu foss'um animal...

Iludido eu ainda vivo pelos dias,

pensando no que não voltará mais,

vivendo um passado de beleza,

me perdendo em minha própria esperança, sem minha paz...

O sol me encanta como tua voz,

as noites são mais belas, mais doces

quando tenho teu delicado beijo,

tenho teu amor e tua atenção...

Como tu me encantas com teu andar,

tua roupinha clara,

tudo em ti me encanta, vai me encantar...

Ó musa de minha vida,

ó donzela querida,

onde escondeste teu olhar?

Onde teu canto foi parar?

Esta cantiga boba,

este meu tolo versejar...

Este meu jeito bobo,

este meu jeito de te amar...

E o tempo te levou de mim, minha amada,

quando tu morreste naquele dia fatal,

quando o tempo fechou teus olhos,

quando tu morreste ao som de meu punhal...

Helena,

tágide serena...

Helena,

minha doce açucena...

E tu morreste...

Tu morreste...

mas eu ainda

fico aqui nestas paragens,

tentando ver o fim do presente,

me depredando com as bobagens

de toda esta humana gente...

E Deus criou a mulher...

“E o Senhor Deus fez cair pesado

sono sobre o homem e este

adormeceu; tomou

uma das costelas e fechou o lugar com carne"

Livro que todos acreditam - Javé

De um mundo frio

e de tez mortal,

de uma noite infinda,

suspiro do mal,

uma luz nasce plena de sentidos,

uma torrente de bondade, um abrigo

para os olhos de quem olhar,

para o suspiro de quem chorar.

"Eu vejo os teus olhos de doçura,

eu vejo o tempo beijar teus seios

como se tudo fosse da mais bela ternura,

como se teu corpo fosse propriedade dele.

Uma rosa que eu crio em meu corpo,

uma lua de noite interminável e feroz,

estes teus beijos eternos me causam,

me mostram como o tempo é atroz...

Obrigado por tu teres nascido por entre

este mundo de tolice e de vozes terríveis.

Tu és a luz disso tudo, o futuro desta gente,

a razão dos sonhos dos inverossímeis..."

De um mundo frio

e de tez mortal,

de uma noite infinda,

suspiro do mal,

uma luz nasce plena de sentidos,

uma torrente de bondade, um abrigo

para os olhos de quem olhar,

para o suspiro de quem chorar.

"Juro que não posso amar ninguém mais!

Juro que tudo me lembra teu rosto,

tua voz que emana do vento fugaz.

Eu sou teu servo, meu amor!

Tu és a razão de tudo

e o porque do que começou!"

Vênus maravilhosa,

musa dos Andes,

gema preciosa

de tantos homens, de poucos amantes...

Fleur d'amour,

vida em beleza

mais pura que o céu azul,

mais estupenda que a mais forte tristeza...

Por que?

Porque eu te amo, meu amor...

Isto é uma declaração de amor...

Tu que não percebes...

ainda não notaste...

" Quam floreo...

Quam floricit...

Poetae gema,

virgo serena,

Deo dicit"

Tu podes me tocar,

tu podes ainda me beijar,

mas eu sei que tu não queres mais,

sei que o tempo te levou de mim,

que este tempo, esta morte não se desfaz...

Eu te sinto no correr dos dias,

nas flores que nascem,

e no meu eu que morre - esta agonia

não vai passar! Esta dor...

Tudo no mundo me faz pensar,

me faz viver o teu amor...

De um mundo frio

e de tez mortal,

de uma noite infinda,

suspiro do mal,

uma luz nasce plena de sentidos,

uma torrente de bondade, um abrigo

para os olhos de quem olhar,

para o suspiro de quem chorar.

Une chanson d'amour

Senhoritas gostam de brincar sozinhas em banheiros,

quando ninguém as olha,

quando a noite se apresenta em seu pleno deleite,

o Cupido sai para brincar pelas casas.

Senhoritas gostam de brincar com rapazes. Dinheiro

pode muito as apaixonar, mas

o falo as encanta mais que qualquer gema

preciosa que um dia se possa dar.

São educadas para serem boas esposas,

mas quando fogosas

nem o diabo pode contê-las.

São doces e queridas musas formosas,

mas seu ímpeto de selvagem

ainda dorme em seus seios fartos.

Ela quer te tocar com sua mão

proeminente,

mas tu ainda não te acostumastes com isso!

Apenas por um minuto

ela te usará

e depois...depois nada mais é preciso!

O pecado é tão doce de se beber.

O cheiro de sexo que emana de seu corpo

pode até me fazer inebriar...

Estas nuances de prazer, de vicissitudes

podem até um pervertido me tornar...

Tu me indicas o canto que eu devo lamber,

a posição mais propícia para te amar...

Eu quero tocar sua cabeça com meus dentes,

como se tudo isso fosse nunca acabar...

Senhoritas gostam de brincar de coisas feias,

quando ninguém as olha brincar!

Suas bocas se mordem e se lambem

de um jeito tão excitante que às vezes...

às vezes me sinto gozar...

Um vinho vermelho, por favor, minha donzela!

As horas passam depressa aqui, heim...

O que está acontecendo com estas pessoas?

- Lá fora há um pastor; aqui dentro nenhum amém!

Do estranho caso da Senhorita Martinet

"...em homenagem àquele que não entende meus poemas..."

Maria nasceu em 15 de Agosto de 1986, filha de pai médico e mãe assistentes social, filha caçula de um total de sete filhos do casal. Desde muito cedo, a menina apresentou um retardo mental acentuado, alguns diziam que era por sua mãe ter tomado abortivos à época de sua gestação. Em casamento do médico com a assistentes social nunca foi um dos mais harmoniosos e delicados, sendo sempre ornado de belos palavrões e brigas. Maria possuia um retardo mental grave, acompanhado de déficit comportamental e perversão sexual. Era a vergonha da família! Seus irmãos mais velhos eram todos médicos ou advogados, e ela...bem, ela não era nada, além do problema da família. Certo dia, a menina Maria resolveu aprender a ler. Depois de muito lutar, de muito perturbar seus familiares, eles permitiram que ele tivesse aulas em casa. Maria tinha aulas de português, francês, matemática, ciências e estudos sociais. Era até uma boa aluna.

A menina cresceu.

- Maria, onde você vai? - diz a empregada da casa, assustada com aquele vulto que passa vestido de forma tosca e estranha.

- Vou ali, mon amour! - diz Maria.

A empregada não entendeu muito bem, tentou até parar a moça Maria, mas já era tarde, esta já tinha saída de casa.

Os olhares todos se dirigiam para aquele ser estranho, de pele clara, como se nunca sol tomasse, com coisas estranhas presas à cabeça. Que macumba é essa? Mas a moça Maria estava tão alegre! Fazia tempo que ela não sentia o vento na sua face. Maria foi andando pelas ruas da cidade, foi andando...Chega a noite. Poucas pessoas estão nas ruas agora. Maria resolve voltar para casa. No caminho um homem estranho lhe pergunta:

- Qual a graça desta moça, heim?

- Je m'appelle Martinet! - fazendo meio que uma reverência medieval com seu vestido.

O estranho homem tampa a boca de Maria de uma vez, a estupra e a mata, levando as jóias da família com ele.

O dia nasce mais uma vez. Tudo estava do mesmo jeito que sempre foi. Apenas um corpo estendido na sarjeta da mais feia rua, do mais feio bairro, da mais feia cidade indica que algo estava um pouco diferente.

Der Vergnügen

Leve e doce este toque

de tuas mãos nuas em minha carne.

Meus pêlos se levantam,

tudo em mim se eleva com tua língua...

Tua voz me diz coisas sem sentido,

teu corpo, meu mais pecaminoso abrigo.

Tua boca me toca sem limites

entre o céu de teu hálito

e o gosto doce de teu beijo,

de teu suspiro de gozo sem igual...

Cobertas que caem no chão do quarto

e tua língua com o teu tão fino tato.

Eu quero teu jeito em mim!

Eu quero tudo até o fim!

Essa vontade só deste modo vai acabar!

Só assim eu paro de te desejar!

Eu abro meus olhos iludidos,

e vejo teu corpo virado para o outro lado.

Onde estamos agora? Estamos perdidos?

Teu corpo me causa tanto, tanto agrado...

Esta bunda então...Acorde, e vamos recomeçar

nosso pequeno e safado jogo de amar.

Ama...

Ela ama...

Ela te ama!

Te ama muito!

Não há nada que se possa fazer?

Onde tu estás? Por que não podes responder

Não me prendas em tuas correntes!

Não me deixes te enojar!

Neste momento eu te quero - tu sentes?

Meu prazer já vem te beijar....

Versos de amor e sentidos trocados

"Existe muitos jeitos de se ter fé em Deus,

mas o melhor jeito é sentir sua maior obra: o amor"

Poemas para um Deus pagão - L.K.Briseude

Mantenha-se longe de mim,

por favor!

Você me mata quando se aproxima,

com seu doce olhar,

seu jeito bobo,

seu sorriso...tão bom te amar!

Se eu perco minha direção,

se eu quero morrer sempre,

isso é culpa minha; não é sua, meu amor...

Tudo isso é uma torrente de paixão...

Tudo isso é uma torrente de paixão...

Se eu perco meu jeito de ser,

se eu quero me perder para sempre,

isso é culpa minha; não é sua, meu amor...

Mantenha seu jeito de ser,

mantenha seu sorriso...

Eu tanto que quis você...

Me perco sempre em seus braços,

como se fosse...

se fosse sempre a primeira vez...

Se eu amo tanto assim,

se tudo em você faz parte de mim,

por que não posso amar você mais?

Tudo isso é uma torrente de paixão...

Tudo isso é uma torrente de paixão...

Quando eu nasci,

me criaram seguindo um Deus fiel,

me disseram: viva e cresça até o céu!

Mas eu não quero ouvir as vozes

do passado, meu amor!

Eu quero perder meu mundo

com você!

Quero que me matem por amor,

que me enforquem no Irã,

que me persigam nas ruas do Vaticano,

se tudo isso é proibido,

me resta apenas dizer: te amo!

Deep mourning

Sabá não teve uma rainha como senhora,

nem os judeus rezaram para Hitler,

nem Maomé enxergou os erros de Pandora

como eu também não vi tudo isso desaparecer.

Estas são as lágrimas do mundo em mim!

Estes anos, estes sonhos que não acabarão,

rodam e rodam no correr do passado sem fim,

como aquilo que é meu e teu nem cresce no chão.

Bandeiras guiaram as mortes de cem milhões,

por armas que nem Satanás poderia criar.

Nossos anos de vida caíram em escuros porões,

onde a mínima luz que seja consegue iluminar.

Estas manchas de sangue que fazem um rio na encosta,

me lembram os tempos que Maria tinha poderes,

em que tínhamos imagens cálidas e bem expostas

para ouvir nossas lamentações, nossos sofreres.

" Esperança de um tempo

que não volta mais,

virgem de olhos serenos,

tez maviosa,

a mais fiel serva de Deus, eterno Pai."

Delicada Canção

Eu te criei com meus sonhos, amada.

Eu fiz que tu fosses real, como agora.

Tu és a estrela mais bela e delicada

que desponta desde a noite à aurora.

Tua vestimenta de cetim puro e jeitoso,

me faz voar pelos meu sonhos mais sutis,

fazendo tudo tão mais belo e formoso

com este seu ar de bela dona e olhos gentis.

Olha para mim...

Olha e me veja, meu bem.

Eu te amo tão sem fim,

de um jeito que vai muito além...

Lacrimejando tu ficas tão linda, meu amor!

Tu e apenas tu me fazes voar pelos ares,

me fazes sentir as belezas do que Deus criou,

me fazes voar por cima dos ventos e dos mares.

Não me olhes assim com esta cara tão furiosa!

Este sangue que tu soltas é prova de tua vida,

é uma prova de todo mui pura e charmosa

de que em ti há algo além desta tez limpa e bonita.

Olha para mim...

Olha e me veja, meu bem.

Eu te amo tão sem fim,

de um jeito que vai muito além...

Tu agora dormes tão mais bela que antes.

Teu sono é imortal, minha amada Helena...

Eu te velo como devem fazer os amantes.

Vendo-te assim, nem a noite parece mais serena.

Repousa, repousa, ó minha luz divina!

Dorme comigo esta última vez na vida,

esta noite voltarás a ser minha menina,

que agora jaz em meus braços desfalecida...