sábado, 8 de maio de 2010

Do estranho caso da Senhorita Martinet


"...em homenagem àquele que não entende meus poemas..."


Maria nasceu em 15 de Agosto de 1986, filha de pai médico e mãe assistentes social, filha caçula de um total de sete filhos do casal. Desde muito cedo, a menina apresentou um retardo mental acentuado, alguns diziam que era por sua mãe ter tomado abortivos à época de sua gestação. Em casamento do médico com a assistentes social nunca foi um dos mais harmoniosos e delicados, sendo sempre ornado de belos palavrões e brigas. Maria possuia um retardo mental grave, acompanhado de déficit comportamental e perversão sexual. Era a vergonha da família! Seus irmãos mais velhos eram todos médicos ou advogados, e ela...bem, ela não era nada, além do problema da família. Certo dia, a menina Maria resolveu aprender a ler. Depois de muito lutar, de muito perturbar seus familiares, eles permitiram que ele tivesse aulas em casa. Maria tinha aulas de português, francês, matemática, ciências e estudos sociais. Era até uma boa aluna.
A menina cresceu.
- Maria, onde você vai? - diz a empregada da casa, assustada com aquele vulto que passa vestido de forma tosca e estranha.
- Vou ali, mon amour! - diz Maria.
A empregada não entendeu muito bem, tentou até parar a moça Maria, mas já era tarde, esta já tinha saída de casa.
Os olhares todos se dirigiam para aquele ser estranho, de pele clara, como se nunca sol tomasse, com coisas estranhas presas à cabeça. Que macumba é essa? Mas a moça Maria estava tão alegre! Fazia tempo que ela não sentia o vento na sua face. Maria foi andando pelas ruas da cidade, foi andando...Chega a noite. Poucas pessoas estão nas ruas agora. Maria resolve voltar para casa. No caminho um homem estranho lhe pergunta:
- Qual a graça desta moça, heim?
- Je m'appelle Martinet! - fazendo meio que uma reverência medieval com seu vestido.
O estranho homem tampa a boca de Maria de uma vez, a estupra e a mata, levando as jóias da família com ele.
O dia nasce mais uma vez. Tudo estava do mesmo jeito que sempre foi. Apenas um corpo estendido na sarjeta da mais feia rua, do mais feio bairro, da mais feia cidade indica que algo estava um pouco diferente.

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