domingo, 30 de setembro de 2012
Ela Gosta De Meninos E De Meninas
Ela tocou minha mão e olhou-me fundo.
Parecia haver algum sentimento ali,
alguma coisa que fazia girar nosso mundo
mesmo nada mudando de lugar.
Então temos de escolher gostar de meninos
ou de meninas, mas somos tão sem destino
que parece tolo crer em alguma coisa maior.
Vi os carros e as moças passarem pelo reflexo.
Parecia tudo tão lindo e cheio de amor,
mesmo que diante da noite eu estivesse perplexo
por estar ali amando alguém tão assim.
Então gostar de meninos e meninas pode ser perigoso,
mas eu sinto ainda seu doce beijo no meu rosto
e isso me parece algo tão certo e melhor.
Minha pele sente o cheiro de seu cigarro
e ela clama por alguma coisa quente como ele.
Me diga o que você olha além do vidro do carro!
Me diga como esquecer toda a dor que me fere!
Não vou ficar sozinho enquanto eu minto para você
e nem vou amar sozinho sem antes nada de novo dizer!
Dê-me toda sua confiança
e eu digo amém a nossa bonança!
Toma-me e toma meu amor na mão
enquanto eu escuto aqui seu coração!
Eu sinto muito por não ser menina
e talvez por você não ser como eu,
mas em você sempre me fascina
e me faz ficar mais próximo de Deus.
sábado, 29 de setembro de 2012
Meu Desejo Na Noite
Amando a estrada
que leva para o nada
e no silêncio do barulho,
no escuro,
ela abre o corpo
e deixa o todo
se torna parte
e não continuação.
Amando seu jeito,
ela se toca e é perfeito
tudo o que pode ser.
No noturno correr,
ela bebe o escuro
e, deixando o futuro,
segue dançando
ao som da escuridão.
Ela me toco o lábio
e diz ser sábio
o amor que vai debutar,
mas receio nunca mais amar.
Na vontade de ser alguém,
ela me toca e fala
de amor, de amar e de algum bem.
Tocando a música de nossos antigos amores
e sentindo nova vontade, novos calores!
Tocando a música de nossos amores passados
e escrevendo na calçada do céu que tudo é renovado!
Apenas começando o recomeço.
Apenas criando possibilidades
na escuridão do meu amplo desejo.
Jesus No Coração
Quando da queda do perfume
no chão e das preparações
para a noite feroz que é bem-vinda,
eu sempre carrego no peito
algo mais para dizer amém,
algo mais que ouro, algo além!
Quando das revelações na noite
e de todas as iniquidades preparadas
para simbolizar meu amor pela destruição,
eu sempre trago comigo no peito
algo mais que um crucifixo refém,
algo mais de mim e dos outros também!
Trazendo na mão um cálice de algo etílico,
eu desejo, eu almejo e prefiro
render alguma oração para meu peito!
Trazendo uma ilusão de algo menos proibido,
eu embriago minhas desilusões e repito
o que desde antes de Adão na terra é feito!
Eu repito uma nova oração,
alguma nova decepção e outra vodka na mão!
A minha celebração de uma nova era
de amor, de felicidade e de perdão,
sanando na atmosfera toda forma de compulsão!
Sanando na atmosfera
alguma esfera, amostra vera
de algum novo cristão.
O Trem Das Dores
O trem da vida passa
e pelas estradas do tempo
deixa amigos, deixa amores,
deixa felicidade e lamento.
O trem me viu ir embora
de minhas antigas verdades,
de meus antigos amigos, amores,
de minha posição e de minha cidade.
Ele me viu beijar o amor
que mais amei.
Viu o tempo cortar os sonhos
que um dia criei.
O trem passou por mim
e por minhas poucas estações,
trazendo ventos do passado
ou novas e doces aspirações.
A estrada sempre é longa
e as paradas são demoradas,
mas em cada novo olhar
se pode fazer uma nova morada.
Eu passei pelos outros e eles
por mim passaram.
Houve chances de pedir perdão
mas agora já findaram.
Eu sei o que terminou e sinto a distância
que tudo agora intocável tornou,
mas nem sempre quem se distancia ou
aquele que vai ao cume da solidão
consegue notar a profundidade da vala,
consegue sentir o peso e a serenidade de um não...
sábado, 22 de setembro de 2012
Olhar O Sol
Como uma serpente
que trocou de pele,
sinto o Sol queimar-me,
fazer-me diferente.
Eu queria ser profundo
na minha própria existência,
mas é tão estranho ser assim,
tão estranho estar no mundo.
E eu sigo tão estranho.
Tão estranho eu caminho,
e neste caminhar é estranho
sentir-se sempre sozinho,
mesmo sem nem sempre estar.
Honestamente queria eu
entender o motivo de assim ser,
a razão de estar vivendo calado,
afundado no noturno breu.
Mas é tão reconfortante
ficar calado na minha insanidade.
Às vezes é duro ficar assim,
mas nem todo amigo é importante.
E eu sigo tão estranho.
Tão estranho eu caminho,
e neste caminhar é estranho
sentir-se sempre sozinho,
mesmo sem nem sempre estar.
Eu sigo tão estranho.
Sigo estranho e estando por entre
todas as serpentes, por entre
toda sorte de gente, eu vejo e canto
uma cantiga para me animar.
Eu sigo apenas sendo mais um
no breu da complexidade vã
das coisas simples. Sozinho
por entre as serpentes que
mordem,
que morrem e fazem morrer.
Eu sigo assim estranho
e sempre revivendo a cada
novo anoitecer.
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Pueril Como O Beijo Do Mal
Tudo é destruído quando toma vida
diante do trono da navalha que corre,
diante do ânimo da juventude atrevida
que consume em ilusão aquilo que morre.
Amou-me de forma fiel aquele que não
aqui mais jaz, e a dor do inverno eterno
toma minha esperança e a torna ilusão
perante o Sol que sutilmente reina vero!
Todas as coisas se tornam fugazes e novas agora
diante do Amor que consumiu meu parco tempo.
Meu sentimento voa longe e o meu eu ele devora
qual lobo selvagem de sangue e vida sedento.
Ama-me de forma feroz e retira as trevas de mim,
que eu serei a ti sempre o maior amante e devoto!
Tua presença me eleva ao cume do mais alto Serafim
onde apenas o teu beijo de gozo na boca devoro!
Ah! Fielmente eu hei de amar teu ser angelical
e tecer nele meu maior e desejoso papel!
Abril passa e leva consigo o desejo de te fazer mal,
perfazendo, assim, o círculo completo do meu Céu!
Vi as trevas beijarem teu puro e pueril semblante
e na alcova, sob a luz de uma lâmpada qualquer,
eu me entrego à navalha que me tirará o sangue
se com isso eterno em teu corpo ser eu puder!
domingo, 16 de setembro de 2012
Cabelos & Jeans
Encontrado no Club e na noturna escuridão.
Eu o vislumbrei e me prendi na sua prisão.
Meu cabelo se enrolou na sua calça jeans
e fiz os meios justificarem os meus lascívios fins.
Meninos e meninas brincavam torpes ao redor
enquanto nosso desejo nos fazia um bem maior.
Sangue correu no lábio que me fez companhia
enquanto a noite enganava os outros com alegria.
Suja foi a iniquidade de algum dia eu querer mentir
e desejar outra vida ou amigos melhores do que a ti.
Todos passaram com o tempo, e teu fôlego, perdido
nas noites de tempestade carnal, fizeram em mim abrigo.
Eu podia ser muito mais que um amor qualquer,
talvez algo mais forte que alguém pra se lembrar,
porém, contudo, entretanto,
eu desejei buscar na noite e em outros cantos
alguma razão para te amar.
Eu podia ser muito mais que um namoradinho,
talvez algo além de uma experiência feliz ou não,
porém, contudo, entretanto,
eu desejei buscar prazeres e escolhas bobas - ledo engano!
Apenas em mim o teu cheiro pelo ar.
Com meus fones, ouço as músicas que te trazem a mim,
e nelas eu crio novo recomeço, revejo o terrível fim
já sem a tristeza de ter alguém tão especial perdido,
mas com a certeza de um tão bom tempo ter vivido.
sábado, 15 de setembro de 2012
"Pobre Vive de Teimoso"
Acorda cedo ela
e sob seu punho jaz a tez da
exclusão.
Sob o sol, ela canta e se sente
feliz por ter um reles pão.
Ela não pode ter sonhos a sonhar.
Ela não pode ter desejos a galgar.
Ela apenas recebe a pena,
apenas a pena que arde no seu olhar.
Ligeiramente apanha
o ônibus ou a topique na fatídica
e constante direção.
Mas há quem diga numa liberdade,
numa tal de escolha em nada
possuir - mera e leda ilusão.
Ela não pode ser além do que tem de ser.
Ela não pode nada além disso querer ter.
Ela apenas recebe a pena,
apenas recebe a pena de pobre nascer.
Eles querem eleger algo para ter com que roubar.
Eles e elas desejam você calada a lhes amar.
Lute por ter o direito de parir!
Lute pela Lei que do céu foi cair!
Lute por sua fé e por sua tola
e magnífica dádiva de ser mulher!
Lute, mas siga calada e sem reclamar
que não se cobra o que de graça se foi dar.
terça-feira, 11 de setembro de 2012
E Por Um Pássaro Foi Ele Se Apaixonar
Ele se encantou com
um belo pássaro que por aqui passou.
Na noite eles dançaram
e fizeram poemas e cânticos quando em voo.
O vento frio da Lua desceu ao mar
e fez o tempo por entre eles passar.
O tempo quente do verão disseminou centelhas
por entre os campos do campo, que agora verdeja.
Ele se pegou amando
um belo colibri que o tempo beijou.
Na noite de Todos os Santos
o rapaz beijá-lo também intentou.
Lá bem longe onde o Amor pode safer ninho,
eu sinto que eles voaram e fizeram um caminho
que apenas a folha lépidas pode o rastro sentir,
apenas ela sabe para onde eles foram fugir.
Na alcova seminal da tola
certeza de que tudo vai ser eterno,
eles foram criar esperanças
de um amor puro e sempre singelo.
O rapaz e o pássaro sentiram a noite esvaecer
os sentidos das nuvens e notaram o sol crescer
por entre as copas desnudas das serras grandes,
notaram e viram a mariposa áurea lampejante.
Sob o som de uma viola,
sob o olhar do silvícola pagão,
o amor do rapaz e do pássaro
se revela cada vez mais fugaz e vão.
Voando para longe a ave
se refugia em alguma nova certeza.
Deitado no colo de outrem
o rapaz já nota outras belezas.
Rapazes voam longe sem saber
que pássaros podem voar mais.
Aves voam e danças ao sabor do ar
sem saber que rapazes sempre querem mais.
domingo, 9 de setembro de 2012
Algo Sobre A Flor do Amor
Tome minha mão
e a toque com cuidado.
Podemos sentir o cheiro
do amor e viver algo inventado,
buscando pelos ares,
tecendo o Sol, varando os mares,
algo para chamar de amor,
algo para amar e para ser amado.
Você pode tocar o Sol com o olhar.
Você pode amar a Lua e beijar o Mar,
mas nem sempre o amor responde
ao chamado que se faz,
nem sempre o amor vai onde
o corpo encontraria paz.
Me toque e me deixe
tocar sua alma nua de tecido.
A luz perpassa a noite
e consome o pano outrora vestido,
mas nem tudo está coberto de amor,
nem todos amam e sentem o valor
de sentir-se em outro alguém,
de sentir-se aqui e sempre muito além.
Confie nas coisas que giram ao seu redor.
Sinta o amor que tudo consome e torna pó,
qual o fogo que vara o futuro da morte
e desfaz a certeza humana,
qual a noite que come o dia antes a brilhar,
fazendo trevas a manhã mundana.
Na minha criancice de saber tudo o que havia para fazer,
eu amei e fui amado por pessoas e pela noite talvez,
mas agora eu repouso meu olhar na vida que eu vejo correr
e sei que todo o tempo tem sua hora, que toda alegria tem sua vez...
domingo, 2 de setembro de 2012
A Escuridão É Minha Religião
Ando no escuro sem perfume
e sinto o cheiro da morte tocar meu sorriso.
Viver caindo é mais que um costume:
é o vício pretérito e singelo de viver no perigo
Sigo na via suja para onde quer que eu vá.
Siga minha estrada escura e não me deixe voltar.
Sigam-nos quem quiser, mas hoje à noite
eu quero apenas em sua boca me dissolver, me transformar.
Perto do bar existem faces de medo,
existem faces felizes por fora mas podres por dentro.
Viver fingindo a felicidade é o jeito
que muitos encontram de vencer a batalha contra o tempo.
Sigo na via nua para onde quer que eu queira ir.
Siga meu sorriso e viva minha dor de ser feliz fingir.
Sigam-nos quem quiser, mas hoje à noite
eu quero no fogo da noite e das trevas meu corpo consumir.
Se eu morrer agora, quero ficar junto da escuridão.
Se eu morrer agora, baby, não me solte, não largue minha mão.
Eu quero viver a morte até o fim e sentir tudo rodar.
Eu quero viver o agora e ficar junto até tudo acabar.
Se eu morrer agora, eu sigo você onde a noite nos esconder.
Eu sigo a noite e eu sigo minha morte até de novo reviver.
sábado, 1 de setembro de 2012
Talvez Seja Um Feliz Aniversário Atrasado
Chutando pedras pela estrada
eu sigo. Sinto o vento a soprar
e vejo lá no alto a Lua a brilhar.
Minha face agora fica calada
diante de seu sorriso,
diante de toda distância
que existe entre antigos amigos.
Existem tantos crimes para se punir
e eu não consigo me absolver
por ter deixado tudo isso ocorrer.
Minha voz agora não consegue sorrir
do mesmo jeito, não,
diante de toda distância
que separa nosso aperto de mão.
Todos olham e me questionam pelo fim,
mas eu nem sempre sei o que dizer,
nem sei se existe algo para responder,
já que nem tudo foi devido a mim,
mas é que a verdade
de que nunca haverá alguém
como você dói de mais na minha insanidade.
É tarde para escrever algo musical
para você!
É tarde para tentar viver algo especial
sem você!
E as coisas que me fizeram feliz antes
parecem tão tristes agora.
E eu mesmo fiquei tão auto-mutilante
que nem sei mais o que importa.
É tarde para querer voltar ao passado e viver algo melhor.
Talvez eu e você possamos de vez em quando nos olhar.
O tempo levou os barcos de antes para longe de nós
e eu fiquei aqui vendo você ao norte de mim se distanciar.
Então eu digo:
deixe-me sozinho e deixe eu voltar para casa,
deixe-me fazer minha própria história,
escrever minhas músicas para outra face calada,
deixe-me viver uma felicidade sem você (mentira notória!)
Talvez eu não queira voltar de onde eu vim.
Talvez eu não tenha certeza nenhuma
e queira apenas vestir minhas roupas e ficar aqui,
mas eu não minto em dizer que não haverá ninguém como você.
Relembrando os velhos tempos,
sem respostas para todas as questões,
sentindo o tempo roubar minhas emoções,
vendo tudo ficar puro embotamento,
talvez eu queira dizer algo mais,
talvez a Lua possa trazer alguma paz,
mas eu não minto em dizer que não haverá ninguém como você;
e agora que eu perdi todos meus heróis
eu quero apenas ir embora e chegar em casa
com um pedaço de seu bolo para depois do sono comer...
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