domingo, 14 de abril de 2013

Nostalgia Profética Ou A Heresia De Avencasta



Vestidos vermelho-grená pontuados com brio
e estrelas cadentes a brilhar,
qual se disse antes de Jesus nascer por entre nós.
Nesta época, nesta terra
se podia escrever sonhos novos,
novas formas de rodopiar ao som estrelar.

Eles disseram que tudo nasceu do nada e de lá
hemos nós de tornar um dia,
qual escrito esteve e está nos ditos pretéritos a nós.
Naquela época, antes de agora,
se podia ficar em pé sob o céu dos deuses
e esperar alguma fúria, algum sátiro ou harpia.

Paraísos passaram muitos até os dias de hoje,
onde não se pode desdizer
o universo dito real. Não há matéria, não há
escuridão nova para se ver surgir
diante de nossos olhos já acostumados
a não mais esperar a fantasia, a tão-somente crer.

Corpos nus pelas nebulosas douradas de além-mar
dançam a dança da chuva tupi,
mas as músicas já não fazem mais sentido.
Nesta época onde viver é pecado,
onde ter esperança é apenas obrigação,
cheio de vida e morte eu me sinto aos poucos sumir.

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