segunda-feira, 29 de julho de 2013

Mucosa Jugal



Caindo como fogo-fátuo,
temendo nada, árduo,
sigo pisando em vidro quente!
Eu digo que de fato
não existe motivo,
razão ou porquê pra ser amado.
Ferindo os dedos da mão
com fogo e febre
de uma sífilis sem solução!
Noite, sabes tu sentir minha paixão?
Noite, sabes tu sentir minha paixão?
Noite, sabes tu?
Perfazendo círculos denteados,
eu te mordo molhado.
Tocando na ferida, úlcera sangrante,
de tua mordida fatal,
eu apenas sinto teus flagelos,
eu sinto teus flagelos na minha mucosa jugal.
Noite, eu preciso te fumar até o final!
Noite, eu preciso te fumar até o final!
Posso assim tão mal?

Fecho meus olhos, mão a me tocar.
Os motivos da parede lembram estrelas a rodopiar,
rodopiar, rodopiar...
Eu temo um novo sabor para chamar de meu
e calo diante de um olhar sem medo de provocar.
Fujo dos nomes comuns mas não consegui fingir
por muito tempo que era bom estar ali.
Sartre não pode me entender sem álcool assaz
para tirar de mim a curva solene da paz, da paz!

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