domingo, 24 de novembro de 2013
Q-V-A-S-A-R
Crise atômica e nebulosa
de partículas infinitesimais a dançar
por sobre os pés dos deuses.
Poderei eu ser diferente do que veio antes?
Poderei eu (tão mutante) ser viajante das estelares anteriores?
Serei eu Deus de mim mesmo?
Sendo eu tão distante, poderei me juntar aos Superiores?
Diante do Caos,
escapando pelas nuvens a dançar,
a dançar,
a dançar pelo Quasar!
Da Via Láctea ao braço norte de Órion,
cantando pelos átomos íntimos,
elétrons, nêutrons, pósitrons do F-I-M!
BUUM estelar de átomos
diante de Hiroshima e Xangrilá,
cravando terreno na minha entranha visceral.
Cantarei eu pedaços de um território sideral?
Rasgando a grande dorsal do Atlântico a pendular
por entre o fogo do Norte e o gelo Meridional,
sigo eu no meu abrir e fechar de braços a balançar.
Cravando a seta sargitárica
a perfazer o cândido caminho até o Apogeu da Terra de Zeus,
eu temi o beijo Erótico e os cantos de Iemanjá,
mas no fogo e na terra eu pus meu calcanhar
e, diante dos Deuses, todo meu pecado hei eu de para sempre pagar.
Cerceando o vento que sopra
do Arak'ati até o Zéfiro Fébico.
Calando diante de Perséfone
e dos Juízes a me julgar,
eu tomo a agada do tempo
e faço meu lamento
sangrar.
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