quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

2-B



Crianças brincavam todas juntas
quando eu em mim notei a diferença.
Algo estranho e terrivelmente certeiro
me dava uma nova experiência.
Eu apenas queria ser o que eu era,
queria poder viver e quem dera
ser feliz pelo que eu realmente sou,
viver a vida que o destino me outorgou.
Mas os pais e seus desejos próprios,
a família e seus quereres inglórios,
me afastaram do que fui eu um dia,
tornando agre minha então doce alegria.

Às vezes fingi viver uma mentira,
cortando meus pulsos à cama sexual,
criando coisas para crer e realidades
de cunho puramente falso, não natural.
Eu apenas queria ser o que eu desejava ser,
viver a certeza da finitude da vida e beber
a seiva do mal até o final. Tive devaneios
duma vida sem amarras e sem receios,
Mas os pais e seus desejos terríveis
fizeram dos meus dias longos e horríveis,
onde me tornei algo entre deus e o diabo,
algo sem fé e de receios autoprotetivos privado.

Apenas ser o que sou no correr dos dias
e ser eu mesmo todo tempo e viver com isso.
Sendo terrível ou não, ser autêntico é preciso!
Sendo terrível ou não, ser você mesmo é preciso!
Apenas ser o que eu sou e viver a vida sem fé,
sem precisar de aportes de Deus ou coisa qualquer!
Viver a vida sendo fiel a mim mesmo
é o que eu preciso, é o que de mim desejo!


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