sábado, 7 de setembro de 2013

A Unidade Da Destruição




Luz negra colorindo de branco
as paredes escuras do lugar.
Pessoas sujas se tocando,
se amando a plenos pulmões
e eu não queria ficar rememorando antigas emoções.
Traga coisas novas para eu chamar
de passado,
traga novos jovens ditosos para eu soltar
o grito calado...

Todos os amantes gritam de dor
quando o amor passar e deixá-los ali.
Todos fogem daquele lugar,
mas sempre acabam retornando.
Eu não queria ficar ali apenas por algo novo esperando.
Traga blusas azuis para combinar
com meu "blue" sentimental,
traga novos amores instantâneos para acalmar
toda fúria jovial...

Naquele dia você usava preto.
Cobri seu olhar com um capuz...
Naquele dia você usava azul.
Brinquei com seus óculos - eu os pus, pus...
Eu me lembro, relembro, dos movimentos de aproximação
e dos toques no silêncio, na escuridão.
No meu pesadelo noturno, eu desejei ter seu cabelo na mão,
mas eu notei outros fios.
Eu beijei seu rosto procurando os sentidos antigos,
mas eu achei outro beijo na escuridão.
Entre toques e repúdios: eu quebrei minha solidão!
Naquele dia você usava cinza,
mas eu preferia você sem nada, sem dizer adeus!
Naquele dia você usava óculos novos,
mas eu preferia quando seus olhos eram apenas meus!

Nas luzes girantes, oscilantes, de ontem,
toquei a mão de alguém e amei o azul de sua roupa.
Nas luzes brilhantes, os amantes trocam
toques e nenhuma alma suja parecerá louca
diante da perversidade da ilusão,
diante da permissividade da minha mão,
diante da sujidade, caridade, humanidade,
unidade da destruição.


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