sábado, 28 de setembro de 2013

O Menestrel Defectivo



Vieste de longe estrada por entre fogo e navalha
e já chegaste com luzes de um por vir belo de não sei lá onde.
Eles cantaram no monte e ao longe teu nome a verdejar
por pedaços caídos e mortes de um amor que não vai voltar.

Tua voz me é tão amante!
Tão doce é te ouvir cantar mus'gas d'um amor factível,
que te amar, por pecador
ser, não pode parecer algo tão irascível.

Vestido d'um tom de amor e perdição no olhar
e com penduricalhos bons e deleitosos de se lamber,
tu chegaste e logo foste tu o que desde sempre procurei,
mesmo que nunca tenha eu sabido o que de ontem já não sei.

Tua cor e teu semblante
parecem algum novo sol a brilhar no céu morto do ocaso.
Não é vil nem tempesta' nágua pensar
que chegaste de tão longe para apenas comigo ter um caso.

E se de ver-te me coloro em pleno rubor,
e se de morte me prometes alguma forma d'amor,
hei de morrer pelas nódoas do mar que hemos de construir
pelas calçadas dalgum lugar!
E se de fogo se queima a floresta do teu cabelo,
hei de corar as perucas do reino para tê-lo
de novo como pentear!


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