domingo, 15 de março de 2009

Refazenda

A cada dia que passa, refazenda...
a cada noite que eu morro, refazenda...
a cada dia que eu vejo e não toco, refazenda...
pelas noites de lágrimas, refazenda...

E me refazendo vou,
onde não há quem diga onde estou,
onde eu sou eu e nem sei mais quem sou...

E me remoendo caminho,
sem beijos nem carinho,
sem luz mas com olhar mesquinho...

E todo dia é um novo começo,
porque ser mortal é o que mereço
pois disso sempre me esqueço...

sábado, 7 de março de 2009

Ay Hermynyo

Ay Hermynyo!
Purque me clamays así???
Soy una muessa de famiya!!!
Non soy das que tu pones en tuo coche e vicea la hola noche!
Te odio tu!
Non me lhames de quenga,
purque quenga é tua Madre,
laquella reperica de pechos en la berriga!
Tu é mui ruino de la camma!
Ni trepare tu lo sapes!
Suo Molenga!
Broxa!
Vilado sin vercuenza!!!
Abalo-me holos los dyas por ter te dado mio culo!
Teno nujo de ti eo!!!
E siempre lo terey,
Cabualo sin marca!

Ay Tamiya

Ay Tamiya!
Ay Tamiya!
Purque non me quiseste, ó mya?
Purque tanta dolor en my viver?
Ay Tamiya!
Tu és mui hormosa para mi,
que me pono a ti clamar,
mas tu non me escutas, Quenga ruina!!!
Onde tu estás acora?
Onde tu te pones tuo curpo?
Sua reperica de marca minor!
Sua devassa!
Quenga de pechos calidos!
Eo teno vercuenza de ti!
Vays te en buenahora!
Eo me voy a esquecer te!
Iuro per nomine de mi Madre!
Lo iuro!
E nunca mays me ocule!
Eo teno nujo de tuos ocules!
Ocules de puta!
Ocules de parca perzona!
Ocules de quien non ama!
Syn, ocule de quein non ama e murreray sin amare!

Expresso para Xangrilá

Ontem comprei as passagens,
ontem decidir ir embora,
ontem amei as paisagens
da Companhia Aurora!
Agora é sério, não ficarei mais aqui!
Vou me embora e é ligeiro,
que muito de meu tempo já perdi!
Vou é pra Xangrilá!
Lá, vou dançar e pular
as danças de Igor!
Vou me acabar com
os contos de Sherazarde
e inda vou namorar com Julieta.
Sim, não posso mais esperar,
vou pegar o primeiro expresso pra Xangrilá!
Se alguém quiser ir comigo,
se faça rápido no pedido,
que duas passagens tenho eu!
Vamos comigo que eu serei só seu!
Vamos que o tempo de aqui é muito mal,
o de lá corre devagar e lento lesmal.
Vamos, vamos que o tempo está se findando,
e o expresso já vai chegando!
Ai Xangrilá!!!
Terra que no mapa não há,
terra próxima de qualquer lugar,
na qual meu corpo vai morrer,
porque lá o tempo há de me converter!
Já me vou indo!
Fique feliz e sorrindo,
porque lá me fartarei
e nunca mais chorarei!

Poema para Natalia

Um calmo lago,
uma terra arrasada,
um suspiro de fauno
e uma árvore na estrada,
tudo parece normal,
tudo tão simples e tão igual,
nada há de superar a beleza do sorriso,
a grandeza de espírito
de minha flor principal,
da rosa do jardim celestial,
a jóia mais límpida do mundo cristão,
a flor mais pura da Salvação.
O que seria deste meu mundo sem ela?
Haveria Primavera?
Em momentos de tristeza,
ela me acolhe com dextreza,
em momentos de alegria,
ela ri comigo e me faz companhia...
Distâncias intransponíveis nos separam,
e os mouros nos encantaram
com seus nigromantes...
Ah doce flor de Dante!
Não sei o que me é mais belo,
se teu existir singelo
ou se teu brilho sempiterno...

Sorrindo para um gato

Eu sorri para um gato,
e ele respondeu...
Juro que não sou perturbado!
Eu sorri para um gato,
e ele me lambeu...
Pensei que era enxerimento dele,
mas ele me lambeu!
Eu sorri para um gato,
e ele me sorriu também,
pensava que ele era mais tímido,
mas ele me lambeu!
Eu sorri para um gato,
e ele desapareceu.

Nada

O meu som de ninar,
o meu som de ninar...
o que fazer quando não quer se fazer nada?
Esperar os dias e as horas passarem...
Esperar sempre e nunca se cansar de esperar?
Não vou contar as estrelas do céu hoje,
que hoje não é dia de contar nada,
apenas ficar calado, esperando um grito...
Mas se eu gritar...
não, não devo gritar mais hoje,
que já gritei ontem, e minha voz está doendo...
Minha voz está doendo?
Que coisa mais sem lógica...
Sem lógica nem história, que mais nada restou...

sexta-feira, 6 de março de 2009

O falsário

Cuidado com os olhares,
cuidado com os odores,
cuidado com os falares
e cuidado com as flores!

Um falsário eu encontrei,
um ser que finge ser bondoso mas que é vil e cruel!
Cuidado, ó leitores, vocês talvez o conheçam...
Cuidado, ó leitores, vocês talvez acreditem nele,
mas lhe aviso logo: nada que sai de sua boca é verdade!
Ele mente para si e para os outros e engana os dois!

Vou tomar meu suco antiofídico do dia...

quarta-feira, 4 de março de 2009

A adorada morta

Ai adorada mia,
qu'eu de longe via,
porém cá estou
bem perto de meu amor.
Mui bela e encantadora
és, o mia senhora!
Teu olhar azulado
encanta a tudo que seja olhado
por tais jóias celestiais,
por tais rebentos angelicais.
Ai adorada mia,
que me ama e me guia
pelo caminhar meu,
que és obra prima de Deus.
Teu ser formoso
acalenta um olor ditoso
e sensual que eu nunca vi
pelas paragens que me perdi.
Vejo-te a correr...
Ai que m'espanta tal prazer!
Mui te amo, querida,
tu que és a mais bonita
de todas as coisas que aqui viveram
e que, quando mortas, ao céu ascenderam...

Metáforas e ilusões

A porta foi fechada?
Quando olhei, não vi mais nada
daquilo que eu criei.
Sorri tristemente e chorei.

Eu ainda me lembro de teu olhar,
de teu sorriso e do jeito de me tocar,
mas isso já não é meu, não mais.
O tempo corre calmo e voraz,

e a noite nem é tão triste assim.
Desde o começo, o futuro era o fim,
porque tudo deve acabar,
até o amor que fui um dia te dar.

Sempre poemas com tom doloroso,
sempre eu com meu jeito dengoso,
sempre voos de esperança,
mas o sempre um dia cansa.

Nós nos cansamos, meu amor?
É, parece que nosso fim chegou,
então, perdão pelas recaídas,
perdão pelas mordidas,

desculpa as confusões
e chega de metáforas sobre ilusões.

Se esquecendo

Eu ia me esquecendo do dia que ia morrendo,
ia me esquecendo de te amar e de me cuidar,
ia me esquecendo de te dizer o quanto amo,
o quanto espero e o quanto que por você chamo,
mas aí eu me lembrei de fingir meu desamor
e agora aqui a escrever isto estou.

Um dia eu vou me embora para bem lonjão,
daí vou te levar comigo nem que seja num cordão
e nós seremos, enfim, felizes e contentes,
porque o mundo será apenas a gente.

E esse dia vai chegar! Assim eu espero,
porque viver fingindo não é algo que eu quero!

terça-feira, 3 de março de 2009


Doce e bela Alice, que de curiosa se meteu no mundo Maravilhoso e no mundo do Espelho, que lutou contra a Rainha e viu o bebê da Duquesa.
Alice, cara menina, não se esqueça de escolher o caminho certo, porque a escolha é fácil de se tomar, o ruim são as consequências...aí nem eu sei como continuar.

A Noiva Cadáver

Enquanto todos sorriem, só ela escuta meu pranto de dor, só ela sabe o abandono que vivo, porque ela foi abandonada. Minha Noiva Cadáver, minha última morada, aquela que me planto em solidão e que me esvaio com o suspiro de Adão. Eu a entendo, sei de sua origem pobre e mazelada, cheia de privações e de dores mortais, cheia de vazios e de olhares tortos; assim como eu, ao fundo. Sei que ser solto e esquecido é assim. Perdão pelos sofreres que a vida lhe causou, ó minha noiva! E que nosso amor seja eterno porque o amor real assim o é!

segunda-feira, 2 de março de 2009

Nada e tudo

Tão doce e amargo é o fel de teu beijo...Tão sublime é o céu de onde o vejo,mas você não o vê como eu,mas você não me quer como quis a Julieta Romeu...E as farpas em meu pé já doem como agulhas cegas...E seu olhar de nada me magoa...mas, um dia, você verá,e o que era doce vai se acabar...Os meus sofreres tão simples e mesquinhos lhe valerão de recordação de um tolo meninho que só quis te amar,mas que você não quis beijar...Uma rosa de sangue e um corvo negro, qual as brumas d'Avalon e as franjas de Nabucodonosor...Lhe fiz um belo poema...mas você não o quis como diadema...Lhe pintei d'ouro,mas você preferiu outro...Você...só e somente você...Ilusão...tão doce de se viver e tão amarga de se provar...e assim acaba esta tolo cantar, que já me vou para meu sepulcro,viver e morrer no breu do escuro...

O meu amor eu matei

Um dia
Me deparei
Com uma sombra...
Eu via,
Mas não olhei
Por entre a janela redonda...
Aí eu temi.
Aí eu chorei
Quando vi
Que meu amor eu matei...

Viagem Interna

O que pensar quando não se sente
O que se sentia antes?
O que esperar de algo falso
E um tanto quanto mutante?
Sentir um sonho que se faz verdade,
Sentir que o que você sentira não
Se aplica mais a sua nova realidade.
Parecer querer mudar de rumo,
Escolher um anjo de alegria
Ou se render à sempiterna
E angustiante melancolia?
O que sentir? O que esperar?
Você só quis amar,
Mas não lhe deixaram, tolo menino...
Que você quer agora?
Uma flor eu plantei em meu coração,
Mas ela morreu, agora eu sinto...
E vejo uma luz, um clarão
Que parece me confortar
Diante do mar negro do desamor...
“Amor sem fim, desamor...”
Ah o que será agora?
Uma luz no fim do túnel,
Uma janela de alegria,
Uma dor passageira
E uma doce fantasia...
Acho que lhe amo,
Estou começando a amar,
E o que era dor começa a se dissipar...

Do defunto

Um olhar mais além
é tudo que te peço, meu amigo.
Para o seu próprio bem
se afaste de mim, sou um perigo
para sua vida sombria,
sou um lampejo de dor,
sou uma vil harpia
que lhe causará pavor...
Sou a morte feito gente,
sou vil e descrente,
sou a dor do moribundo
e a última risada do defunto...

Texto metafórico-explicativo sobre o amor

Bem, o amor... O que é o amor, senão aquilo que é e o que não é, outrossim. Diz o menino que ama sua mãe, disse a mãezinha que a ama seu filhinho, mas até onde vai este amor? Se o menino trai a confiança da mãe, se não se torna o que ela quer, ela o abandona. Mãe, que suporta as dores da parecença, não agüenta a dor da diferença. Ser diferente é humano, ser diferente é profano, é sacro e é mundano, mas quem é que disse isso? Jesus, aquele que morreu na cruz, não pregava a indiferença! Bem, o amor... O que é o amor, senão aquilo que une duas pessoas ou mais num momento único de regozijo ou de dor, que faz com que a noite negra e profunda se torne manhã alegre e jucunda. Ah o amor! Deus pagão da promiscuidade e da amizade, Deus Baálico do profano e do pudico, do excitante e do proibido. Você poderá me dizer o que é o amor? E até que ponto se pode amar? Ou amar é determinado? Ser gente é ser guiado para um fim? E se você desviar, quem há de lhe culpar? Ah o amor, flor onírica de Javé, doce permitido de Afrodite, sêmen do prazer e da dor. Quem me dirá o que fazer se eu não quiser amar? Quem poderá me julgar se não posso amar? Você poderá, caro colega? Você que esconde do mundo o que você faz, você que inventa seu existir todo dia, porque já se esqueceu do que foi ontem, você que não entende de onde vem e para onde vai... Quem é você? Bem, tantas vezes já mudei hoje, que nem sei ao certo que eu sou... Sim, mudança. Ontem eu era assim, hoje sou assado; ontem eu era jasmim, hoje sou advogado. E você, o que será amanhã? Será o mesmo de hoje? Ai que coisa mais sem diversão! Seja diferente, seja você mesmo, não o que quer seu patrão, seu pagão, seu amante, sua infante, sua família, sua tia, sua namorada, sua abestada, seu proletariado, seu namorado, seu cachorro ou seu louco. Mande todos para a puta que os pariu, que hoje você verá alguém que nunca viu: você mesmo sem máscaras e com todas as que você possui, num sexo mútuo e autótrofo de você com você mesmo; não uma masturbação qualquer, mas um beijo de si para si, de um homem para uma mulher, de uma mulher para uma mulher, de um homem para um homem, porque você pode ser o que quiser, basta tirar do chão o pé...

Poema tolo sobre dois amantes

Um olhar trocado,um beijo no escuro,um ser adorado e um incerto futuro...Um beijo escondidido,uma doce situação,um desdém fingido e um aperto na coração...Uma paixão avassaladora,uma verdade não mostrada,uma palavra alentadora e uma pessoa amada...São pedaços de mim...São verdades mentidas...São o meu início e meu fim...Duas profanas vidas...Mas você, meu caro amor,não se esqueça de fingir,não se esqueça da flor que ontem lhe pedi...Mas você, meu dilema,não se esqueça de me querer,não se esqueça do poema que eu fiz pra você...O olho da punição nos separa! Maldito mundo cristão!Mas há muito perigo por onde caminhamos,há dores e receios;porém, não serão os humanos que acabarão nossos devaneios...Doces sonhos de uma noite sem ninguém, na qual os açoites nos darão amém e os anjos cantarão o regozijo dos prazeres ante a celeste visão, ante a paixão de dois seres...E, quando no dia outro,você contente acordará, e ,com folhas de louro,Eros nos coroará.

O peso do amor

Muito se disse, se dirá e se diz sobre o amor, mas, em verdade,não se sabe ainda o que é este dito ente psicológico do homem. O amor é uma ilusão que nós criamos para satisfazer nosso ego, nosso tolo ego, cheio de anseios e de desejos por prazer. O primeiro passo é arrumar o ente a ser amado: você o vê, você o sente, você o mente para si, imagina que ele seja de uma forma, que , em realidade, ele não é; porém você, tolamente encantado pelo aroma do Eros, não se deixa ilumiar pela luz da razão e cai de boca na perigosa paixão.No segundo passo, você já se vê preso ao ser amado como se este ser fosse essencial para a continuidade de sua vida, mas você sempre se depara com a realidade, com a visão de que você criou um amor, você criou um ser que não existe de verdade; e você num tá nem aí...você quer mesmo é se lascar...O terceiro passo é a visão da realidade que vai se revelando mais e mais para você, contudo você acha que qualquer ato do ser amado revela o que sente, você vê em um olhar a certeza de um amor forte e sempiterno. Você se ilude fácil, você devia ouvir sua razão...Mas você quer que sua razão se foda! Você num tá nem aí se a pessoa num liga, num demonstra da mesma forma que você o que sente!!!Você quer é amar, e eis aí a loucura do sentimento...Quarto passo é a decepção...quando seu amor lhe fere mortalmente e seu único desejo é morrer, é de escapar deste mundo de falsidade e de mentira, no qual as pessoas chegam a dizer que lhe amam só pra conseguir realizar seus sujos desejos corpóreos, você se sente um lixo, como se você fosse menos que um inseto, menos que a coisa mais inútil da face terrena, você sofre, você não consegue dormir de noite, você quer apenas perguntar o porquê, mas eis que a razão vem e diz:- Eu não lhe avisei, eu não lhe avisei que não ia dar certo isso!Você chora e tenta esconder do mundo suas dores, mas o mundo percebe e você pensa em fugir deste mundo para outro mais ameno...você se sente só...você está só, sempre esteve...

Espelho quebrado

O meu espelho se quebrou e tudo que tinha nele se perdeu,tudo mesmo, inclusive eu...O mundo muito mudou:o que antes não se permitia,hoje é permitido, e o que era proibido tornou-se monotonia...Nessas mudanças das eras, me perdi e me matei, nasci de novo e me afoguei,e me tornei o que nada espera...Meus sonhos se mataram ante minha nova realidade,ante minha nova personalidade:eles não aguentaram...Vivi uma ilusão demorada,menti para comer o pão,roubei meu coração e o dei a minha amada...Sei que sou humano e que sou ser mortal,mas meu devaneio final é viver meu ato profano aproveitando o desejo fatal...

Depois da Tempestade

Depois da tempestade há alegria,
Há coragem, há uma moradia
Para aqueles que perderam,
Para aqueles que sofreram.

Depois da tempestade há calmaria,
Na qual se revela belo o dia,
Na qual as dores já não doem tanto,
Na qual dos mortos me levanto.

Depois da tempestade, caro amigo,
Há um lar, há um abrigo
Para aqueles que amaram,
Para aqueles que lutaram.

Depois da tempestade, eu vi
O quanto eu lutei e quanto sofri,
Mas agora não há o que chorar,
Porque o Tempo já se põe a caminhar.

Depois da tempestade, um sorriso,
Um abraço de um amigo
É o maior e mais querido presente
Para quem morreu inocente.

Minhas esperanças se findaram
E meus desejos se acharam
No momento que eu lhe busquei.
Mas agora eu me reencontrei.

E uma luz de Alegria
Jaz no fim da agonia,
Como se a tempestade passasse
E a luz do Sol a brilhar tornasse.

Cantiga d'Amor

Pelos olhares do mundo procurei teu amor,
Pelas vielas da cidade cantei teu existir.
Procurei pelos lugares tua luz e teu fulgor,
Nos quais eu divinamente me perdi.

Deparei-me com a morte e com a solidão,
Senti a tristeza e a dor de te amar,
Fui contra o reino de Adão
E perdi o caminho para Xangrilá,

Mas, enfim, te reencontrei, ó Musa!
E as asas negras da morte se findaram,
Se foram juntamente com a noite escura,
Que, até então, em mim habitaram.

Poema para meu amor

Uma nuvem de tristeza assombra seu coração.
Uma paisagem sem beleza vê sua visão.
Um Sol sem brilho lhe enegrece a estrada.
Um medo e um vazio lhe ferem como numa facada.
Você pode pensar que está só,
que sua vida se transformou em pó,
que não há motivos para sorrir,
que você não sabe para onde ir.
O seu choro de dor me dói mais que quando era eu que chorava.
Eu já me libertei daquilo que me feria e que me maltratava,
e você foi a luz que me guiou, que me tirou da minha cova glacial.
Agora é você que sofre, e eu não sei nem como lhe ajudar a sair do mal.

"É preciso estar atento e forte, não temos tempo de temer a morte!"

Luz do meu caminho,
flor da minha estrada,
rosa sem espinho,
menina dourada,
sopro de beleza,
donzela plena em pureza,
não chores mais,
não se apegue ao que mal só te faz.

Suas unhas não são a cara da favela, não,
porque tudo em você reluz como prova da Divina Criação.

Estarei sempre aqui,
basta gritar que meu coração vai ouvir,
e tentará dividir suas dores,
tentará lhe livrar dos horrores
da tristeza profunda,
porque sua alma é me tão jucunda,
que mataria e morreria por sua vida,
ó amiga adorada e querida!

Sentidos disfarçados

Estranho lhe ver e acreditar que não lhe vejo.
Estranho viver a cada dia a falta do teu beijo.
Estranho ser que habita em mim ainda,
que mora no alto da colina,
que dança a dança da morte,
que, no fim, quer me ver forte.
Estranho sentir o que não era para ser sentido.
Estranho viver a falta de um pedido.
Estranho ter de te odiar, sem isso sentir.
Estranho ser a quem um dia um beijo pedi.