segunda-feira, 2 de março de 2009
Texto metafórico-explicativo sobre o amor
Bem, o amor... O que é o amor, senão aquilo que é e o que não é, outrossim. Diz o menino que ama sua mãe, disse a mãezinha que a ama seu filhinho, mas até onde vai este amor? Se o menino trai a confiança da mãe, se não se torna o que ela quer, ela o abandona. Mãe, que suporta as dores da parecença, não agüenta a dor da diferença. Ser diferente é humano, ser diferente é profano, é sacro e é mundano, mas quem é que disse isso? Jesus, aquele que morreu na cruz, não pregava a indiferença! Bem, o amor... O que é o amor, senão aquilo que une duas pessoas ou mais num momento único de regozijo ou de dor, que faz com que a noite negra e profunda se torne manhã alegre e jucunda. Ah o amor! Deus pagão da promiscuidade e da amizade, Deus Baálico do profano e do pudico, do excitante e do proibido. Você poderá me dizer o que é o amor? E até que ponto se pode amar? Ou amar é determinado? Ser gente é ser guiado para um fim? E se você desviar, quem há de lhe culpar? Ah o amor, flor onírica de Javé, doce permitido de Afrodite, sêmen do prazer e da dor. Quem me dirá o que fazer se eu não quiser amar? Quem poderá me julgar se não posso amar? Você poderá, caro colega? Você que esconde do mundo o que você faz, você que inventa seu existir todo dia, porque já se esqueceu do que foi ontem, você que não entende de onde vem e para onde vai... Quem é você? Bem, tantas vezes já mudei hoje, que nem sei ao certo que eu sou... Sim, mudança. Ontem eu era assim, hoje sou assado; ontem eu era jasmim, hoje sou advogado. E você, o que será amanhã? Será o mesmo de hoje? Ai que coisa mais sem diversão! Seja diferente, seja você mesmo, não o que quer seu patrão, seu pagão, seu amante, sua infante, sua família, sua tia, sua namorada, sua abestada, seu proletariado, seu namorado, seu cachorro ou seu louco. Mande todos para a puta que os pariu, que hoje você verá alguém que nunca viu: você mesmo sem máscaras e com todas as que você possui, num sexo mútuo e autótrofo de você com você mesmo; não uma masturbação qualquer, mas um beijo de si para si, de um homem para uma mulher, de uma mulher para uma mulher, de um homem para um homem, porque você pode ser o que quiser, basta tirar do chão o pé...
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