domingo, 9 de agosto de 2009

Abortar os sonhos

Era alegria quando te amei.
Era de bonança e de satisfação,
que um dia eu tive, acreditei.

Mas nada tenho a dizer sobre nós,
tudo eu já disse e ouvi também,
mesmo sem nunca ter ouvido de tua voz.

Passaram-se dias de dor e de morte,
nos quais tentei me iludir e ler o sol,
pensando que num futuro eu seria mais forte,

Mas ainda escrevo e choro pensando em ti.

Não direi mais o que um dia já disse,
não vou me matar como se nada
mais de maior em minha vida existisse.

Ah como dói saber que nunca mais seremos juntos,
e que as eras nos vão separar pela eternidade,
mesmo que eu morra nunca mais teremos nosso mundo!

Dias de noite negra e de grande solidão em minha morada,
a única coisa que queria era morrer e me esquecer
do que um dia me era uma verdade eterna e imaculada.

Mas ainda escrevo e choro pensando em ti.

Arruíno meus dias com tristes sonhos de faz-de-conta,
viva como se cada segundo fosse cáustico,
como que vivendo num mundo de imortal sombra.

E se alguém me indica o caminho que devo trilhar,
paro e penso que o fazendo mais distante de você
vou, com o passar do tempo e dos ocorridos, estar.

Encontro meu desterro,
vejo o que há de mim ainda,
mesmo que seja um mero desespero...

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