Eu escuto o ônibus passar
por mim e eu nem sei se devo subir
e ir pra mais uma jornada sozinho.
Então como ficou você depois de mim?
Eu vi sua amiga e vi você no aniversário
dela tão do mesmo jeito de antes,
que eu chego a pensar que nada mudou.
Quando toco no chão, eu sinto seus
passos onde você caminha agora. É tão
complicado saber que você fez o melhor
para me fazer feliz, mas eu não fui homem
o bastante para retribuir.
Eu escuto as coisas e tento ser
forte para meu medo não deixar sair.
É no caminho para casa, vendo
as árvores balançarem, que eu me vejo
mais uma vez a trocar segredos com você.
Parece tão fácil esquecer tudo o que dói,
mas é estranho querer esquecer o que é doce.
Quando toco em outra mão, eu sinto seu
toque e logo penso em como você era meu amigo,
em como era bom saber que eu podia contar
meus temores e saber que você os ouviria caladinho,
sorrindo após, me beijando a sós.
Não que eu não saiba que outro amor virá
nem que terei companhias para me animar,
mas eu queria tanto acabar nossa história de uma maneira melhor.
Talvez eu saiba que sempre vou sentir isso por você
e que negar o amor nos outros é uma forma de esconder
o que em mim bate forte e que não haverá sentimento igual ou maior.
Então eu vejo meus passos na areia e os vejo num único par -
como eu desejaria ver seus pés com os meus a areia marcar!
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