Ao tempo uma ode de desgaste.
À mesmice dos dias uma garrafa de conhaque.
Tic tac tic tac
Meu relógio natural parou,
minha volúpia a força perdeu
quando minha mãe acordou
e meu Valium de cada dia me deu.
Tic tac tic tac
O correr das horas sempre é o mesmo,
sempre o mesmo é, nunca muda.
A estrada não tem nem percevejo,
nem lampa que ilumine a rua escura.
O meu molho desandou a muito tempo,
o meu sexo perdeu a razão dos dias.
Meus olhos não sabem mais meus pensamentos,
nem percebem o fim da alegoria.
Meu Carnaval,
meu carma, tal
como ele é,
tal como você pode ser
homem
ou até mesmo mulher.
O tictac do relógio me anuncia,
me diz que era hoje a hora,
amanhã é outro parco e tosco dia,
que vem ao de hoje igual,
que vem a cada fim de noite,
a cada noturno final.
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