domingo, 20 de dezembro de 2009

Luz do dia

Introspecto
em mim coisas feias,
que, de tão feias,
tornaram-se até bonitas...
Introspecto
em mim vidas alheias,
que, de tão estranhas,
eu as tenho agora nas entranhas.

Bati o sino do meu sono.
Bati o carro no meu sonho.
Agora tão alegre eu morreria,
se a noite fosse embora,
se fosse eterna a luz do dia.

Introspecto
em mim coisas dolorosas,
que, de tão horrorosas,
tornaram-se até bonitas...
Introspecto
em mim vidas imperdoáveis,
que, de tão amáveis,
eu as tenho agora como mortas.


Bati o sino do meu trono.
Bati o carro por meu sono.
Agora tão alegre eu estaria,
se a noite fosse embora,
se fosse eterna a luz...luz do dia.

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