domingo, 18 de abril de 2010

Silêncio


Seu grito abafado varava a noite,
seus pulsos cortados sentiam o fim.
Os olhos dela já não cantavam mais,
já nem seu brilho eu conseguia vislumbrar.

O tempo se fez silencioso naquele momento.
Não havia nada a se fazer, apenas enterrar...
Enterrar os mortos numa cova profunda,
numa cova que não se abrisse com a chuva.

Meu nome é ninguém.
Meu nome é ninguém.
Sou passageiro de um certo alguém,
de um certo amigo,
de um toque de pouco desdém.

O único sonho dele era que tudo isso acabasse,
que o amanhecer fosse claro como o normal,
que a infinidade de sua vida se acabasse cedo,
tendo a morte um sentido além de ser um ponto final.

Ó como eu queria que você voltasse, meu amor!
Sinto sua falta, sua ausência se faz sempre presente.
Passado e futuro se misturando como antes,
como se eu e você fôssemos um único verbo.

Meu nome é ninguém.
Meu nome é ninguém.
Sou passageiro de um certo alguém,
de um certo amigo,
de um toque de pouco desdém.

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