segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Psicose

Ouço você subir as escadas,
ouço você falando,
ouço sua respiração acelerada.

Eu quero que você me veja assim também,
quero uma rede para dormir,
quero que eu e você criemos um neném.

Bebê, eu sei que você está me querendo,
eu sei onde você quer ir,
sei que não é seu aquele tão grande terreno!

Estamos a um passo de nos perder de novo,
e eu...e eu só quero
que você pinte seu cabelo do mais branco louro.

Ouço sua respiração tão louca, tão ofegante
e vejo seus olhos brilharem no breu do escuro
como uma víbora alada, como um mutante.

Tire sua boca daí, porra, aprenda como se faz!
O tempo todo eu quis seu amor,
mas você me negou pra uma cobra, outro rapaz!

Escrevi um romance de contos de fada,
mas você prefere gemer como uma quenga
ao sabor de um novo cara, de uma nova espada!

Meu sonho de uma noite de verão não choveu mais,
e sua mãe, aquela puta sem noção,
tirou minha foto de seu quarto; eu tava tão lindo no cartaz!

Você sabe que estou ainda aqui,
você sabe disso, sua porra!
Não espere mais - apenas corra, corra!
Não espero você morrer, já morri
e não sei de ninguém no meu funeral.
Não me faça odiar, que o faço sem ninguém igual!

Nenhum comentário:

Postar um comentário